Categoria: Críticas

Crítica | Venom: A Última Rodada

Depois de Venom’ (idem -2018) e posteriormente, Venom: Tempo de Carnificina (Venom: Let It Be Carnage – 2021) a Sony Pictures achou por bem realizar um fechamento dessa trilogia com ‘Venom: A Última Rodada’ o qual vi na cabine de imprensa apenas um dia antes da estreia nacional do longa; péssimo sinal. Sem esperar muito da produção – justamente pelo o que foi entregue nos primeiros longas -, ‘Venom: A Última Rodada’ agora é dirigido por uma mulher, Kelly Marcel, que também assina o roteiro ao lado do astro, Tom Hardy. Nesse terceiro capítulo, vemos um Eddie Brock (Tom Hardy) de volta ao seu universo, mas tendo que fugir de tudo e todos ao passo que também tem que lidar com uma nova ameaça simbiótica a qual necessita de algo que os protagonistas possuem para ter sua liberdade de um calabouço espacial. Nesse contexto, somos rapidamente apresentados ao vilão Knull que é justamente o criador de todos os simbióticos e ao que parece será um futuro vilão da Marvel nos vindouros Homem-Aranha 4 ou Vingadores 5 (Avengers: Doomsday); difícil afirmar com certeza nesse momento. ‘Venom: A Última Rodada’ é o melhor dos três, embora ainda seja incrivelmente medíocre e fico imaginando o que um dos criadores do personagem, Todd McFarlane – que também criou Spawn – sentiu ao se deparar com longas tão fracos baseados num anti-herói tão famoso e querido por todos como Venom. Ao menos dessa vez o ‘fizeram grande’ como o criador havia pedido inicialmente para evitar o fiasco e a péssima encarnação do personagem no terceiro filme da trilogia original do Homem-Aranha interpretado naquela ocasião pelo ator Topher Grace.

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Crítica | Super/Man: A História de Christopher Reeve

Emocionante, necessário e extremamente inspirador…! O longa ‘Super/Man: A História de Christopher Reeve’ nos brinda com uma narrativa tocante da luta de Reeve e sua família para se adaptarem a uma nova e desafiadora rotina após o acidente que deixou o ator intérprete do Superman nos cinemas totalmente paralisado do pescoço para baixo. Primeiramente, cabe salientarmos que muito embora seja a primeira produção a estampar o novo logotipo da DC Comics, esta não foi uma produção original da Warner. Bros. e somente foi incorporada ao estúdio por insistência de James Gunn e Peter Safran, novos chefões da mega produtora. Tendo sido a primeira e muito bem recebida encarnação na telona do SupermanChristopher Reeve é lembrado até os dias atuais pelo icônico papel ao ponto de sua biografia no cinema ter levado o próprio nome do super-herói. A trama é simples, mas envolvente, valendo-se de filmagens ainda em VHS – propositalmente não melhoradas – realizadas por Reeve e seus familiares, mescladas com depoimentos de atores vivos e já falecidos, com destaque a de Robin Williams, grande amigo desde os tempos de teatro.

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Crítica | Coringa: Delírio a Dois

Embalado pelo grande sucesso de Coringao diretor Todd Phillips teve carta branca dos estúdios para fazer o que bem entendesse nessa dispensável e desnecessária sequência. Sim, ‘Coringa: Delírio a Dois’ é um musical que em nada acrescenta na história de Arthur Fleck (Joaquin Phoenix que ganhou o Oscar de melhor ator em 2020) e muito menos ao vilão icônico do universo do Batman. Se configurando como um musical, o grande – e possivelmente único – acerto do longa foi a inclusão da atriz/cantora Lady Gaga que incontestavelmente mostra imenso talento nessas duas vertentes, algo raríssimo na indústria. A divulgação do material de marketing prévio tentou ocultar propositadamente a natureza musical da produção e se de fato o telespectador não seja amante do gênero, irá ter um motivo a mais para refutar todo o longa já que os diálogos são intercalados enfadonhamente com números musicais sem graça e que tiram o foco da narrativa. Temos uma triste confirmação que o diretor Todd Phillips não é um expert em continuações tendo em vista que todas as sequências da comédia ‘Se Beber, Não Case!’ (The Hangover – 2009) não chegam nem perto do charme e da diversão do filme original.  

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Crítica I Deadpool & Wolverine

Um dos filmes mais aguardados do ano, ‘Deadpool & Wolverine’ chega no Brasil um dia antes dos cinemas dos EUA para alegria dos brasileiros ávidos por essa sequência. Sim, para uma melhor compreensão do que é mostrado na telona, você deve ter vistos os dois filmes anteriores do Deadpool e claro, ter conferido também ‘Logan’ (idem – 2019) ainda que no anúncio do início da produção, os protagonistas Ryan Reynolds e Hugh Jackman terem jurado que ‘não tocariam’ nos eventos e linha temporal daquele consagrado filme de 2019. Com uma magnífica campanha de marketing ao redor do mundo, com viagens e muitas entrevistas, a MARVEL não poupou investimento na divulgação de ‘Deadpool & Wolverine’ já que o longa é seu único filme a ser lançado em 2024. Não esperem que o enredo de ‘Deadpool & Wolverine‘ explique ou acrescente algo vital ao conceito multiversal criado pela MARVEL já que Wade Wilsdon (Ryan Reynolds) somente quer resolver seus problemas pessoais ainda que criando um caos nas linhas temporais monitoradas pela controversa organização TVA. Reynolds e Jackman mostram em tela uma excelente química já que eles de fato são amigos na vida real e essa ótima dinâmica e cumplicidade é evidenciada até mesmo durante as lutas e discussões de seus personagens. 

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Crítica I Twisters

Através de um convite da Warner Bros. Brasil, tive a oportunidade de conferir antecipadamente o filme ‘Twisters’ o qual em nenhum momento se apresenta como uma sequência do longa de 28 anos atrás, ‘Twister’ (Twister – 1996). Entretanto, o enredo de ambos é extremamente similar em vários aspectos tendo em vista que vemos um casal de caçadores de tornados – inicialmente não se dando muito bem – mas que se unem ao final pelo amor a profissão e o desejo compartilhado de salvar vidas entendendo melhor essas magnificas (e aterrorizantes) manifestações da natureza que assolam majoritariamente a região de Oklahoma, nos EUA. Os protagonistas são vividos pela excelente Daisy Edgar-Jones (Um Lugar Bem Longe Daqui – 2022) e o galã favorito do momento de Hollywood, o carismático Glen Powell (Todos Menos Você – 2023), lançado ao mundo por Tom Cruise em uma ótima participação no maravilhosoTop Gun: Maverick,  mostrando em tela uma razoável química que ocasionalmente convence. A curiosidade do elenco fica pela participação quase desapercebida de David Corenswet, ator escolhido para ser o novo Superman no filme de James Gunn previsto para ser lançado em 2025, que aqui interpreta um auxiliar de cientista sem muita relevância na trama.

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Crítica | Abigail

Violento e deliciosamente divertido, contando com uma bailarina vampira, é o novo ‘Abigail’ que estreia dia 18 de abril nacionalmente e que já tive a oportunidade de assistir antecipadamente na cabine de impressa. Sim, os famigerados trailers – indevidamente – já trataram de estragar uma boa surpresa da trama que é justamente termos uma garota de 12 anos que se converte de uma frágil presa para uma feroz predadora ávida por sangue, mesmo plot da obra de 1936 também da Universal, ‘Dracula’s Daughter’, na qual se baseou o filme. O gênero ‘gore’ vem tentando sempre se reinventar a cada incursão na telona e aqui de fato temos uma nova abordagem nesse segmento pois o que não falta no longa são cenas extremamente sangrentas que literalmente – e propositadamente – sujam até a lente da câmera de filmagem dando a impressão que aquela carnificina saiu do controle até de seus realizadores. O enredo de ‘Abigail’ é raso e traz um grupo de sequestradores que inicialmente pensam estarem capturando uma jovem bailarina (Alisha Weir) de família abastada a espera de um resgate de 50 milhões de dólares, mas acabam entrando em um jogo mortal de gato e rato. Com o desenrolar da trama, logo percebem que são eles os confinados naquela mansão na qualidade de alimento e diversão para a jovem ‘sequestrada’ a qual na verdade é uma vampira que vaga pela terra há vários séculos.

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Crítica I Guerra Civil

Abordando uma temática perturbadora, mas atual, o diretor Alex Garland (‘Ex Machina’, ‘Aniquilação’ e ‘Men: Faces do Medo’) nos brinda com o polêmico ‘Guerra Civil’ que trata justamente de um separatismo violento implementado nos EUA o qual está enfrentando uma segunda guerra civil em sua história. O enredo envolve uma travessia dos EUA por quatro jornalistas de guerra, ao passo que demonstram seu amor pela arriscada profissão, também expõe um país dividido onde as instituições desapareceram e é cada um por si na busca pela sobrevivência. Essa abordagem é de fato muito atual pois na realidade estamos vendo notícias do Texas onde existe uma possibilidade, segundo especialistas, de uma guerra separatista em um período de menos uma década naquele país. O elenco principal é liderado por Kirsten Dunst (a eterna Mary Jane da trilogia ‘Homem-Aranha’ original) como a experiente e conceituada repórter fotográfica Lee Smit representando o poder da imprensa a qual pode ter tido um papel importante justamente na eclosão dessa perturbadora crise. Temos também como destaque no longa a presença do ator brasileiro – mas que mora nos EUA – Wagner Moura (‘Tropa de Elite’ 1 e 2), entretanto, seu personagem Joel não acrescenta nada de relevante a trama pois este conta com diálogos rasos e sem explorar a capacidade do bom ator que sempre será lembrado pelo papel de integrante do BOPE, Capitão Nascimento.

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Crítica | Duna: Parte Dois

Uma sequência grandiosa e inesquecível como em ‘O Senhor dos Anéis: As Duas Torres’ (The Lord of the Rings: The Two Towers – 2002)! Programado inicialmente para ser uma trilogia, ‘Duna: Parte Dois’ finalmente estreia nacionalmente com grande expectativa dos fãs já que vem arrematando críticas internacionais esmagadoramente positivas. Prova disso foi a obtenção de recordes como o da pontuação de 9.4/10 do IMDB – um dos maiores bancos de dados de filmes e séries da internet, tornando-se a maior classificação de todos os tempos naquele portal com mais de 1,3 mil avaliações, ultrapassando o filme ‘Um Sonho de Liberdade’ (The Shawshank Redemption – 1994), que recentemente ocupava a primeira posição dentre todos os avaliados. Sim, ‘Duna: Parte Dois’ é uma continuação direta do primeiro longa de 2021 e é obrigatório que tenhamos primeiramente visto o filme original para entendemos e desfrutarmos da magnitude dessa audaciosa continuação. A direção visionária de Villeneuv – que também é corroterista – continua irretocável podendo facilmente ter uma indicação ao Oscar de 2025 e que caso o cronograma inicial de lançamento da Parte Dois tivesse sido mantido em novembro de 2023, o diretor estaria na lista dos indicados desse ano com muita justiça.

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Crítica | Madame Teia

Para evitar perder os direitos do Homem-Aranha e seus vilões, a Sony é obrigada constantemente a lançar filmes desse universo, sem poder no entanto utilizar o Amigo da Vizinhança o qual encontra-se emprestado contratualmente para a Disney. Qual a solução? Utilizar personagens secundários do teioso, como foi o caso de ‘Venom’, ‘Venom: Tempo de Carnificina‘, ‘Morbius’ e do ainda vindouro Kaven com o ator Aaron-Taylor Johnson no papel título. Muito desconhecida do público em geral – que não lê quadrinhos nem acompanhou o desenho animado da década de 90 – ‘Madame Teia’ é o mais recente lançamento da Sony para manter vivo esse universo tendo sido gravado ainda em 2022 em Boston e Massachusetts e teve o papel título oferecido e recusado pela consagrada Charlize Theron. O jeito foi se contentar com a linear Dakota Johnson e seus belos olhos azuis a qual ainda tenta se desvencilhar – sem sucesso – da desastrosa franquia ’50 Tons de Cinza’. Antes do lançamento do filme havia um rumor que apostava que haveria um bebê Peter Parker onde o vilão tentaria matá-lo antes dele se tornar o grande herói o que seria uma jogada de mestre pois ao passo que a Sony burlaria o impedimento contratual de mostrar o herói adulto, o público se importaria bem mais com essa criança especial do que com três mulheres até então totalmente desconhecidas do público; essa história por alguma razão não foi utilizada.

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Crítica I ARGYLLE – O Superespião

Uma boa surpresa nesse início de ano – que muito embora não inove o gênero comédia com ação – é certamente o divertido longa ARGYLLE – O Superespião’. Dirigido pelo competente Matthew Vaughn (Kingsman: Serviço Secreto – 2014 e demais filmes da franquia, Kick-Ass 1 e 2) o longa traz a história da famosa escritora Elly Conway (Bryce Dallas Howard) que vê sua vida transformada em um enredo de seus livros justamente por estes parecerem refletir fatos e acontecimentos no mundo real, tudo com muita ação e situações engraçadas. A química entre Bryce Dallas Howard e do sempre excelente Sam Rockwell (Homem de Ferro 2 – 2010) poderia ser melhor trabalhada, entretanto o bom roteiro nos traz uma narrativa ágil que conta com inúmeros plot twists (reviravoltas) que felizmente não foram divulgados pelos trailers editados pelo pessoal do marketing. O elenco, além do casal principal, traz inúmeras boas participações especiais com destaque para a mega cantora Dua Lipa (Barbie – 2023) em uma bela sequência inicial de muita ação que já trata de dá o tom da produção.

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Crítica I Aquaman 2: O Reino Perdido

O primeiro Aquaman foi um grande sucesso de bilheteria, perfazendo incríveis 1,152 bilhão USD mundialmente e claro, uma sequência seria inevitável. Contudo, de 2018 muita coisa mudou, notadamente pela nova reformulação da DC Studios – entenda aqui –, agora comandado por JamJames Gunn e Peter Safran onde tudo sera reiniciado (hard reboot), começando pelo novo filme do Homem de Aço: Superman: Legacy. É justamente nesse conturbado momento de transição em que ‘Aquaman 2: O Reino Perdido’ está sendo lançado, se apresentando como o último filme da antiga gestão que ainda restava ser disponibilizado ao público. Campanha de marketing discreta, trailers com baixíssimas visualizações no youtube e péssimos números de pré-vendas fazem com que o hype de ‘Aquaman 2: O Reino Perdido’ seja um dos mais baixos da DC possivelmente por o público (e claro, o elenco) já saber que o longa é um encerramento de um ciclo e que nada mais será realizado, pelo menos com os mesmos atores/atrizes e seus respectivos personagens.

enredo é simples, onde agora vemos um Aquaman (Jason Mamoa) dividido no papel de pai de família e Rei de Atlantis e tendo que lidar com o desejo de vingança do vilão do primeiro longa, o excelente Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II). Aqui reside inclusive o grande acerto do filme que foi manter o vilão do primeiro longa, aprofundando sua jornada de vingança sem trazer um antagonista novo que teria que ser mais trabalhado para entendermos suas motivações. A mola propulsora da história inclusive gira em torno justamente do vilão Arraia Negra o qual encontra um misterioso e poderoso Tridente Negro na Antártida e possuído pelo espírito de uma entidade aprisionada no gelo, vai em busca de vingar a morte do seu pai aniquilando Aquaman e seus protegidos. (Leia Mais…)

Crítica I O Protetor: Capítulo Final

Na indústria de Hollywood são raríssimas as sequencias de filmes que superam o original e ainda muito mais raro o terceiro filme superando os anteriores. Em ‘O Protetor: Capítulo Final’, para nossa alegria, nos deparamos com essas ‘anomalias da sétima arte’ pois de fato o melhor ficou para o final.  Nessa nova aventura, o ex-agente da CIA, Robert McCall (Denzel Washington) está terminando mais uma missão extra oficial no sul da Itália e por uma série de acontecimentos, acaba se apaixonando por aquele local e seus moradores, cogitando abandonar a vida de justiceiro solitário, se fixando ao lado daquela pacata gente. O anti-herói só não contava que a máfia italiana Camorra estava utilizando aquele vilarejo à beira mar para contrabando de drogas, fazendo toda a sua população refém do medo, ao passo que também dominava várias autoridades corruptas da polícia e judiciário.

Ainda que previsível, o roteiro (a cargo do veterano da franquia Richard Wenk) nos entrega uma excelente história de busca pela paz, onde não se tenta criar novas e fantasiosas cenas de ação ao estilo de John Wick, pois o personagem de Denzel – muito mais denso e convincente do que o de Keanu Reeves – carrega todo o peso de um passado conturbado sendo a violência do presente utilizada exclusivamente quando esta se faz necessária. Nesse terceiro filme nos deparamos novamente com um Robert McCall relutante em ter que utilizar os métodos violentos aprendidos em sua época de agente da CIA e mesmo existindo sempre a opção de não se envolver, a bússola moral do personagem principal acaba prevalecendo quando este se depara com inocentes frágeis em situação de grande risco. Ao exemplo dos filmes anteriores, uma característica de Robert McCall (Denzel Washington) que o torna realmente letal é o fato que ele sempre busca se antecipar às ações futuras de seus inimigos, surpreendendo-os muito antes que eles adotem ações de retaliação, principalmente em locais que estes acreditam estarem bastante seguros.

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Crítica I Jogos Mortais X

Sim, a famosa franquia Jogos Mortais chega no ano de 2023 em sua décima sequência, ou melhor, nesse caso, uma prequência. Em ‘Jogos Mortais X’, Jigsaw ainda está vivo e lutando contra seu avançado câncer de cérebro e é justamente essa batalha travada contra a doença terminal a mola propulsora da trama. O enredo traz John Kramer (Tobin Bell) viajando para o México em busca de um tratamento alternativo e inovador – ainda não aprovado pela sociedade médica – em uma clínica clandestina onde os falsos médicos azarados escolhem justamente Kramer para enganarem com um procedimento totalmente inócuo. No primeiro ato temos um drama – se desconectando por um instante dos elementos que tornaram a franquia um sucesso -, pois a história se foca na pessoa de John Kramer o qual inclusive cogita deixar seus jogos mortais e levar uma vida normal. É nítida a intenção dos produtores de trazerem novamente Jigsaw para tentar reavivar a franquia já que certamente ocorreu uma perda do encanto com a morte do personagem principal – ocorrida no terceiro filme -, o qual vinha sendo substituído posteriormente, – sem o mesmo charme – por seus aprendizes que haviam sobrevivido aos mortais jogos.

A prequel ‘Jogos Mortais X’ se passa entre ‘Jogos Mortais’ (SAW – 2004) e ‘Jogos Mortais II’ (SAW II – 2005) e pela primeira vez podemos ver Jigsaw preso justamente em uma de suas armadilhas mortais, entretanto, as surpresas não param por ai pois também temos o ‘retorno’ de vários personagens icônicos na trama. A direção ficou com Kevin Greutert, que já tinha dirigido ‘Jogos Mortais IV’ e ‘Jogos Mortais: Capítulo Final’ e com a ajuda de um bom roteiro o longa alterna drama e terror com maestria nos brindando com um excelente produto final, que aqui não se apresenta apenas como um esquecível caça-níqueis. A verdade é que as armadilhas continuam sendo o ponto alto da franquia pois para os amantes do gênero gore, comprovar as novas maneiras que Jigsaw criou para ‘educar’ suas vítimas é um verdadeiro deleite já que elas de fato estão bem criativas e muito mais complexas de se escapar. Aqui no Brasil o filme ganhou classificação de 18 anos em conformidade com o que ocorreu no exterior já que a MPA (Motion Picture Association) entendeu que o longa-metragem não é recomendado para menores de 18 anos (Rated-R), em virtude de “sequências de violência sangrenta e tortura, linguagem e certo uso de drogas”.

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Crítica I Besouro Azul

Foco na família e uma grande homenagem aos imigrantes latinos que vivem na América do Norte, essa é a melhor definição do filme ‘Besouro Azul’, novo filme da DC Films originalmente idealizado para streaming na plataforma HBO Max mas que acabou sendo lançado na telona. Na trama do primeiro super-herói latino, o jovem Jaime Reyes (Xolo Maridueña da série de TV ‘Cobra Kai’), um jovem de origem mexicana, se depara com um artefato alienígena que o ‘escolhe’ e que lhe confere uma armadura ao estilo exoesqueleto com grandes poderes, tornando-o no Besouro Azul. Sim, o herói da DC Comics é bastante desconhecido do grande público muito embora tenha sido criado ainda em 1939 – inicialmente sem poder algum ao estilo vigilante de Batman – onde o primeiro escolhido terrestre para receber os poderes do artefato foi Daniel Garrett. Na transposição para a telona, os poderes desse artefato funcionam como uma mistura de Homem de Ferro com Venom, este último pelo fato de muitas vezes o hospedeiro do Besouro Azul não controlar totalmente suas ações e poderes, tendo o artefato a capacidade de tomar algumas decisões quando necessário.

O longa se passa na cidade fictícia de Palmera City, onde ao retornar dos Estados Unidos onde foi estudar, o jovem Jaime Reyes (Xolo Maridueña) acidentalmente recebe um estranho artefato de Jenny (Bruna Marquezine), filha do bilionário falecido Ted Kord, fundador da empresa de armas militares, Kord. A veterana Susan Sarandon interpreta a genérica vilã Victoria Kord (papel que originalmente seria da atriz Sharon Stone) irmã de Ted, agora na função de CEO dirigindo aquela mega organização com objetivos, digamos, nada republicanos. A química entre o par romântico na tela de Xolo Maridueña e a brasileira Bruna Marquezine – em sua estreia em Hollywood – está ótima e de fato convence muito embora ambos merecessem mais tempo de tela atuando juntos para valorizar justamente esse excelente entrosamento. O restante do elenco está afinado e o núcleo latino familiar de Jaime Reyes (Xolo Maridueña) é de longe o maior acerto do filme já que o entrosamento e a relação de seus membros sempre rendem as melhores situações e diálogos. O roteiro é raso e previsível – sem qualquer plot twist-, trazendo uma história de origem recheada de velhos clichês e sem nada a acrescentar ao já batido gênero onde o espectador mais alinhado com os filmes da Marvel e DC certamente irá ficar com aquela impressão de déjà vu.

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Crítica I Oppenheimer

A parceria entre Christopher Nolan e Cillian Murphy – que remonta desde ‘Batman Begins’ (2005) – vem mesmo dando muito certo. Agora, no longa ‘Oppenheimer’, o diretor e ator em uma grande sintonia nos brindam com os bastidores do Projeto Manhattan que objetivava a fabricação da Bomba Atômica (Bomba H) que foi testada com sucesso no Novo México e lançada em Hiroshima e Nagasaki, culminando com a rendição dos Japoneses e o final da segunda grande guerra. O ator Cillian Murphy interpreta o físico J. Robert Oppenheimer que liderou o histórico projeto, mas quem de fato rouba a cena é Robert Downey Jr. na pele do antagonista Lewis Strauss que por justiça, já adianto que lhe valeria pelo menos uma indicação ao Oscar de ator coadjuvante por seu melhor trabalho depois de ‘Chaplin’ (1992). É necessário ressaltarmos inicialmente que filmado em apenas 57 (cinquenta e sete) dias, ‘Oppenheimer’ é fruto do fascínio do diretor e roteirista Christopher Nolan (Tenet – 2020; Batman: O Cavaleiro das Trevas – 2012; Dunkirk – 2017) pelo livro biográfico vencedor do Prêmio Pulitzer, ‘American Prometheus: The Triumph and Tragedy of J. Robert Oppenheimer’, publicada em 2006 por Kai Bird e Martin Sherwin. O longa é denso, com várias tramas e jogos políticos, sem contar que a maioria do público é leigo quando o assunto versa sobre física avançada, entretanto, o roteiro bem montado faz dos 180min. de projeção algo bastante prazeroso. ‘Oppenheimer’ contudo, requer que o espectador já tenha intuitivamente algum gosto ou mínima curiosidade pelo tema da segunda grande guerra pois alguém totalmente avesso ou desinteressado pelo tema certamente achará a produção longa e enfadonha.

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