Crítica I Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte I
Depois do aclamado – e da bilheteria bilionária – de Top Gun: Maverick, Tom Cruise consegue de novo e firma-se como o maior astro da atualidade em Hollywood. Nesse sétimo capítulo da franquia do cinema que começou em 1996 (sendo derivado da série de TV de 1966) o ator que também é produtor, mostra literalmente o mesmo fôlego visto nas películas anteriores e de forma crescente se coloca cada vez mais em riscos reais já que dispensa dublês nas várias cenas de ação. No filme, agora dividido em duas partes, o agente secreto Ethan Hunt reúne sua equipe para evitar que uma tecnologia de Inteligência Artificial caia nas mãos de pessoas erradas, trazendo um dilema real da nossa sociedade com o crescente avanço desse polêmico recurso. Tanto o elenco principal com o de apoio estão em sintonia e até a dupla Benji Dunn (Simon Pegg) e Luther Stickell (Ving Rhames) são o alívio cômico sem exageros e na medida certa para não comprometer a tensão imposta pelo excelente roteiro. Por falar em roteiro, este é assinado também pelo diretor Christopher McQuarrie (Missão: Impossível – Efeito Fallout – 2018 / Missão: Impossível – Nação Secreta – 2015) que em total sintonia com Cruise, dirige com maestria todas as esplendorosas cenas de ação do longa.
Uma grande adição a equipe foi a atriz Hayley twell (a agente Peggy Carter do universo da Marvel) que aqui faz a ladra Grace a qual em pouco tempo cai nas graças dos antigos membros da equipe IMF (Impossible Mission Force). Irreconhecível sem a maquiagem de Mantis (integrante dos Guardiões da Galáxia) está a atriz Pom Klementieff que agora faz a vilã Paris que muito atrapalha os planos de Hunt dada a sua grande habilidade em lutas marciais e manuseio de armas, mostrando versatilidade e potencial para um grande futuro em Hollywood. ‘Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte I’ inova, mas sem se esquecer de grandes referências e participações de personagens do passado e claro, sempre incorporando sequências onde o telespectador é tomado de surpresa pela retirada das famosas máscaras de disfarce como também pelas corridas desenfreadas de Cruise (no auge de seus 60 anos durante a filmagem do longa) com o vigor de uma atleta olímpico disputando os 100m rasos em uma olimpíada.
A opção de Cruise pelos efeitos práticos, utilizando o CGI de forma minimalista apenas para refilar cenários e algumas explosões, se mostra acertada já que o telespectador jamais é retirado da trama por uma computação gráfica medíocre. Sabemos que todo filme dividido em partes cria uma dificuldade a mais para a produção ao ter que criar em um produto ‘incompleto’ um grande interesse do público objetivando gerar renda para dar lucro e essa missão – quase – impossível deve ser alcançada pois acredito que a película terá um excelente desempenho tanto domesticamente quanto ao redor do mundo. Os diálogos do filme podiam ser melhor trabalhados e a complexidade da trama pode dar algum trabalho mental adicional ao telespectador mais acostumado a produtos rasos mas o fato é que as 2h40min. de duração do longa não são sentidas em nenhum momento e saímos da sala com a sensação de adrenalina nas alturas.
O material de divulgação do longa que em trailers e making offs revelou os perigos reais do famoso salto do penhasco onde Cruise pilota uma motocicleta em alta velocidade em direção a um abismo me trouxe o velho temor de que a produção e estúdio teriam novamente mostrado muito mais que devia; estava errado. O salto de Cruise sem dublê muito embora seja umas das maiores sequências de ação real do cinema, está longe de ser o ponto alto do filme e o melhor ainda está por vir. Cruise há muito tempo vem de forma reiterada alardeando aos quanto cantos do mundo que faz filmes para serem apreciados no cinema, em uma telona gigante e com som de alta qualidade e em ‘Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte I’ isso fica mais que evidente. O dilema agora de Tom Cruise, roteirista e produção é criar algo que supere o que foi feito em ‘Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte I’ e para mim, isto é a verdadeira missão impossível. Para ‘Missão: Impossível – Acerto de Contas Parte I’, oferto a nota máxima de nossa classificação.
Alexandre Carvalho – Editor
Maravilhoso!
Ficha Técnica:
Título: MISSÃO IMPOSSÍVEL – ACERTO DE CONTAS PARTE I (MISSION: IMPOSSIBLE – DEAD RECKONING PART ONE)
País/Ano/Duração: Estados Unidos, 2023, 156 min.
Classificação: 14 anos
Gênero: Aventura, Ação
Direção: Christopher McQuarrie
Roteiro: Christopher McQuarrie
Produção: Tom Cruise, Christopher McQuarrie, David Ellison, Dana Goldberg, Don Granger, Tommy Gormley
Estúdio: Paramount Pictures
Distribuição no Brasil: Paramount Pictures
Estreia: 13/07/2023
Elenco: Tom Cruise, Ving Rhames, Simon Pegg, Rebecca Ferguson, Vanessa Kirby, Hayley Atwell, Shea Whigham, Pom Klementieff, Esai Morales, Henry Czerny, Rob Delaney, Cary Elwes, Indira Varma, Mark Gatiss, Charles Parnell, Greg Tarzan Davis, Frederick Schmidt