Crítica I Thunderbolts*
Encerrando a Fase 5 do Universo Cinematográfico da Marvel.‘Thunderbolts*’ é um filme de trabalho em equipe e redenção. Com apenas três dias da estreia mundial, a equipe de marketing revelou o que o asterisco no título significava: mudaram o nome do filme para OS NOVOS VINGADORES (The New Avengers). É fato que as últimas produções da Marvel não agradaram o público e o estúdio nesse final da fase 5 apostou justamente numa linha secundária de heróis para reverter esse cenário. Sim, antes de mais nada, ‘Thunderbolts*’ é um filme corajoso no qual muita coisa poderia dar (mais) errado, mas felizmente – mesmo sofrendo com a paralisação das filmagens pela greve dos roteiristas – o longa é uma excelente diversão sem ter que abordar os assuntos multiversais. O enredo traz uma trama mais contida e restrita a uma localidade, sem abordar outros continentes e/ou universos e essa problemática mais contida foi de cara o maior acerto do filme. Mas não se engane, o longa pertence a irmã da Viúva Negra, Yelena Belova, interpretada por Florence Pugh, aqui mais a vontade no papel da assassina e espiã com seu sotaque russo que não convence, mas levando a narrativa de forma competente. O restante da equipe é formado por John Walker (Wyatt Russell), Fantasma (Hannah John-Kamen), Treinadora (Olga Kurylenko), Bucky Barnes (Sebastian Stan) e Guardião Vermelho (David Harbour) que desesperadamente tentam parar o vilão superpoderoso, Sentinela (Lewis Pullman). A curiosidade é que o personagem de Lewis Pullman antes de ter noção dos seus poderes chama-se Bob, mesmo nome de seu personagem que o lançou ao estrelato em ‘Top Gun: Maverick‘.
Temos na história o retorna de Valentina Allegra de Fontaine (Julia Louis-Dreyfus), a enigmática diretora da CIA que tenta tirar proveito dos poderes do Sentinela e que a princípio funciona como uma vilã pelos seus métodos não convencionais de defender os interesses dos EUA. Outra boa sacada do roteiro foi mostrar a luta final no prédio destruído da antiga sede dos Vingadores, metaforicamente utilizada em ruínas como de fato ocorreu na dissolução da grande equipe original. Figuras rejeitadas e com um passado bem conturbado e nada honroso, é justamente a mola propulsora que faz com que pessoas tão diferentes passem a trabalhar juntas pois esse é a característica comum a todos os seus membros, em uma verdadeira busca por redenção. Quem gostou do filme ‘M3gan‘ vai notar que a atriz principal do longa é a mesma que interpreta Yelena Belova mais jovem em uma bela cena de flashback, provocada pelos poderes ainda crescentes do Sentinela. O CGI da produção é muito bom durante, entretanto, o fato de mostrar o vilão em algumas cenas totalmente envolto em uma sombra negra pode incomodar alguns que gostariam de ver mais as feições do antagonista. O alívio cômico ficou para o versátil ator David Harbour (Stranger Things) que em seu papel de Guardião Vermelho faz piadinhas que não comprometem a trama e divertem na medida certa.
O diretor Jake Schreier soube conduzir boas cenas de ação e optou na ilha de edição por deixar a longa enxuto com apenas 126 minutos. As cenas pós-créditos estão de volta em um total de três, sendo a última a que realmente interessa. Uma pena que o terceiro ato em uma bela cena de luta o desfecho do longa tenha se dado de forma não muito criativa, com uma solução muito simplória para se derrotar alguém tão poderoso, mas de repente tenha sido realmente a intenção do roteirista de mostrar que algo complexo possa ter uma resolução simples. Será mesmo? Até o fechamento dessa crítica o longa que custou US$ 180 milhões já tinha arrecadado US$ 272 milhões mundialmente e detinha um excelente percentual de aprovação de 88% ganhando por isso o selo FRESH do website. Não podemos deixar de lembrar que na cena inicial de salto de um prédio, não foi usado CGI ao fundo e a atriz Florence Pugh se jogou de fato (nos primeiros metros da queda) do segundo maior prédio do mundo, segundo ela, ‘inspirada por Tom Cruise’. Mesmo diante de sucessivos fracassos a Marvel Studios arriscou e fez bonito com ‘Thunderbolts*’ aplicando aquela máxima de ‘ou tudo ou nada‘ e as vezes na vida uma grande recompensa somente vem mesmo com uma grande ousadia.

Ficha Técnica: Título: THUNDERBOLTS* (IDEM)
País/Ano/Duração: Estados Unidos, 2025, 126 min.
Classificação: 13 anos
Gênero: Ação, Aventura
Direção: Jake Schreier
Roteiro: Eric Pearson, Joanna Calo
Produção: Brian Chapek, Kevin Feige, Matthew Jenkins
Estúdio: Walt Disney Studios Motion Pictures, Marvel Studios
Distribuição no Brasil: Walt Disney Studios
Estreia: 01/05/2025
Elenco: Florence Pugh, Sebastian Stan, Wyatt Russell, Olga Kurylenko, Lewis Pullman, Geraldine Viswanathan, Chris Bauer, Wendell Pierce, David Harbour, Hannah John-Kamen, Julia Louis-Dreyfus