O primeiro ‘Venom’ (idem – 2018) inaugurou justamente a seção Críticas em nosso espaço virtual – a qual você pode conferir aqui – pena que com um longa feito às pressas e repleto de problemas. Entretanto, o ‘carisma’ do famoso antagonista do Homem-Aranha era tão grande que o longa, pasmem, foi um grande sucesso de bilheteria arrecadando cerca de mais de U$ 850 milhões ao redor do mundo e claro, uma sequência era inevitável. Agora, em outubro de 2021, chega às telonas ‘Venom: Tempo de Carnificina’, longa com maior orçamento e desejando repetir o sucesso comercial do filme original, levando-se em conta, obviamente, o período de restrição e distanciamento das poltronas das salas de exibição imposto ainda pelo Covid. ‘Venom: Tempo de Carnificina’ é uma continuação direta do anterior e agora temos a oportunidade de vermos mais da dinâmica entre Eddie Brock (Tom Hardy) e o alienígena Venom, tentando coabitar o mesmo corpo com personalidades tão distintas. É justamente esse caso de amor e ódio que resulta o maior acerto de ‘Venom: Tempo de Carnificina’, pois o ator Tom Hardy consegue imprimir um humor na medida certa o que rende vários e divertidos diálogos entre ambos.
Categoria: Críticas
Crítica I 007 – Sem Tempo para Morrer
Se você não mora em Marte ou não é extremamente novo, deve saber quem é James Bond, o agente secreto 007 com licença para matar criado por Ian Fleming em 1953. A estreia do agente britânico na telona ocorreu em 1962 na pele do ator Sean Connery (1962–1967-1971/1983) e chegamos ao 25° filme da franquia com o ator Daniel Craig no papel principal. Craig inaugurou um Bond da era moderna com o perfeito ‘Cassino Royale’ (idem – 2006) trazendo um agente visceral e mais realista, usando tudo ao seu alcance para vencer seus adversários com rapidez, violência e muito carisma. As feições do ator Daniel Craig não são afiladas e harmônicas (apesar de seus icônicos olhos azuis) e justamente essa masculinidade palpável, sendo um homem mais real, aliado a roteiros que não fazem de Bond um Super-Homem, trouxe ao personagem mais credibilidade e seriedade o que agradou em cheio ao maduro público dessa geração. Sem nenhum segredo, ‘007 – Sem Tempo para Morrer’ será a última encarnação de Bond feita por Craig, onde o ator por diversas oportunidades, de fato, confirmou que estaria deixando a franquia após este filme. Dirigido pelo competente Cary Joji Fukunaga (Beasts of No Nation – 2015), o longa ‘007 – Sem Tempo para Morrer’ é uma continuação dos eventos ocorridos nos filmes anteriores de Daniel Craig ao passo que também traz inúmeras referências e homenagens às produções de décadas passadas, razão pela qual a experiência completa se dará quando o expectador pelo menos acompanhou a jornada iniciada em ‘Cassino Royale’ (idem – 2006) pois, caso contrário, este estará apenas assistindo a um excelente filme de ação.
Crítica I Tempo
Baseado – mas com muita liberdade criativa – nos quadrinhos ‘Castelo de Areia’ (Sandcastle – 2011), dos franceses Pierre Oscar Lévy e Frederik Peeters, ‘Tempo’ é o sexto filme do controverso diretor (e aqui também roteirista) M. Night Shyamalan. Inicialmente avesso à adaptações, nesse caso o diretor teria aberto uma exceção pois segundo palavras deste “a obra tinha uma cadência veloz que me interessava e falava das coisas em que eu estava pensando. Então veio no tempo certo”. A premissa é interessante onde em uma praia secreta, alguns hóspedes de um resort exclusivo percebem que naquele local o tempo passa muito rapidamente, acelerando o envelhecimento de todos indiscriminadamente. Inspirado certamente por Hitchcock que adorava fazer pontas em seus filmes, aqui, M. Night Shyamalan faz bem mais que uma participação, desempenhando um papel relevante justamente em momentos chaves do longa, tanto em seu início como no terceiro e fraco terceiro ato. As questões derivadas desse problema do tempo desperta o melhor e o pior dos desafortunados aprisionados naquele local onde ao passo que tentam entender o que está ocorrendo, estes buscam desesperadamente um meio de sair daquele cativeiro natural cercado por rochas e um mar revolto sem entretanto nunca deixar claro onde se localiza aquele cenário.
A desorientação dos protagonistas – sim, não existe um único destaque – é reforçada pela câmera do diretor que propositadamente se desloca, ora desfocando os atores em cena e mostrando-os apenas em detalhes, ora, se movendo lentamente tentando acompanhar o caminhar ou o ângulo de visão de algum deles. O elenco, apesar de competente e contanto com nomes como Gael García Bernal, parece ter sofrido com o roteiro que foi 50% aproveitado da Graphic Novel e 50% criado originalmente notadamente em relação ao seu desfecho. O fato é que não nos importamos em nenhum momento com o que acontece com os personagens, suas angústias e dilemas e o telespectador basicamente se restringe a tentar entender o que de fato está havendo naquele paradisíaco e perigoso local. O tempo, que funcionaria com a mola propulsora da trama, é mediocremente retratado onde vemos o seu efeito de envelhecimento afetar fisicamente poucos personagens, ignorando a maquiagem e demais consequência, pasmem, no restante do elenco. Um determinado Rapper, também aprisionado naquela praia, simplesmente não apresenta durante o longa qualquer sinal de envelhecimento mesmo este já estando lá há muito mais tempo que os demais personagens. As crianças que crescem rapidamente deixam a dúvida se elas possuem ainda a mentalidade de criança em um corpo de adolescente ou se a ‘maturidade’ também acompanharia o crescimento físico, já que a sexualidade é abordada fartamente no longa. Essa dubiedade compromete em parte a atuação dos diferentes atores que interpretam os mesmos personagens e faz com que o telespectador saia do foco da trama para tentar encontrar a resposta para esses pequenos, constantes e desnecessários questionamentos.
Crítica | Velozes e Furiosos 9
Ninguém imaginava (incluindo o próprio estúdio, elenco e produtores) que o filme de baixo orçamento ‘Velozes & Furiosos’ (Fast & Furious – 2001) dirigido por Rob Cohen renderia tantas continuações (e grana), contanto com uma nona sequencia em 2021. Sim, a franquia de carros (será?) comemora com ‘F9′ 20 (vinte) anos de existência, algo realmente difícil de se alcançar na sétima arte. Toda essa longevidade alavancou a carreira de atores medianos como Vin Diesel (agora também produtor) e Tyrese Gibson, esse último sem conseguir emplacar uma grande atuação em nenhum de seus papeis secundários em outras produções. Impossível deixar de lembrar da morte prematura do talentoso ator Paul Walker em 2013 – por ironia em um acidente de carros – deixando uma lacuna na franquia a qual, pasmem, ainda não encontrou uma maneira de dar um desfecho honroso ao personagem Brian O’Conner, citado e recriado digitalmente nos filmes posteriores ao seu falecimento. Se fosse possível definir ‘F9’ com uma palavra, essa seria sem dúvida nenhuma, DESPRETENCIOSO. Abraçando o tom leve dos últimos filmes e priorizando a ação em detrimento do desenvolvimento e motivações dos personagens, o nono filme continua desafiando totalmente as leis da física além de tornar a complexa arte de hackear computadores e customizar veículos como algo possível de se fazer em minutos (ou segundos).
Nessa empreitada, sem nenhum plot twist, a ‘novidade’ fica por conta do surgimento do irmão de ‘Don’ Toretto interpretado pelo linear ator John Cena, que também prejudicado pelo fraco roteiro não traz qualquer motivação ou profundidade ao personagem. Dizem nos bastidores que Vin Diesel, após reais desentendimentos com o ator Dwayne Johnson – ou The Rock – em produções passadas, escolheu justamente Cena por ser o eterno rival de Rock na luta livre americana (WrestleMania) como forma de alfinetá-lo sutilmente. Antecipada pelos famigerados e reveladores trailers, foi a volta dos mortos do carismático e sempre mastigando algo, Han Lue, interpretado pelo ator Sung Kang, ‘morto’ em um acidente de carros em ‘Velozes & Furiosos – Desafio em Tóquio’ (The Fast and the Furious: Tokyo Drift – 2006) na tentativa de acrescentar alguma nostalgia ao longa. Nostalgia inclusive é o tom de ‘F9’ pois além do retorno de inúmeros personagens secundários dos filmes anteriores temos agora flashbacks constantes do jovem Don Toretto, em diversos momentos do início da sua relação com carros, família, velocidade e contravenções. O CGI do longa, por incrível que pareça, foi usado minimante pois a direção optou essencialmente por cenas reais e até quando vemos um enorme caminhão blindado girar no ar em uma perseguição, acreditamos estar diante de efeitos especiais quando de fato toda aquela ação foi planejada e executada nas ruas. Muitas das cenas de ação na telona derivaram de um artefato magnético instalado nos carros dos protagonistas, atraindo e repelindo objetos metálicos e quando isso ocorre com veículos, estes realmente estavam nas avenidas, onde o CGI fora utilizado apenas para ocultar câmeras, trilhos e demais equipamentos necessários às mirabolantes manobras.
Crítica | Mulher Maravilha 1984
O filme ‘Mulher-Maravilha’ de 2017 foi um grande acerto da DC, lançando a até então desconhecida atriz israelense Gal Gadot ao estrelato e arrecadando belos U$ 821,8 milhões de dólares de bilheteria mundialmente, fazendo com que uma sequencia fosse inevitável. Depois de vários adiamentos por conta da pandemia, ‘Mulher Maravilha 1984’ (WW 1984 – 2020) chega aos cinemas em 17 de dezembro no Brasil e no restante do mundo em 25 do mesmo mês (sim, no Brasil as vezes acontecem essas anomalias) sendo lançado também por streaming na HBO Max na mesma data dos cinemas americanos. No Brasil em 2020, o telespectador terá que se ‘contentar’ com o cinema pois somente em 2021 a plataforma digital da HBO Max chegará por aqui, mas ainda sem data certa para isso. Vale ressaltar que recentemente a Warner Bros. revelou que 100% de seus filmes de 2021 – sem exceção – serão lançados simultaneamente no cinema e streaming fazendo dessa a mais importante notícia do cinema do ano pois certamente desencadear uma reação semelhante dos demais estúdios. A dobradinha da diretora Patty Jenkins com a atriz Gal Gadot retorna, agora com a segunda também como Produtora, em um filme leve, divertido e cheio de esperança. Logo no início do longa vemos uma sequência de ação em um shopping center do ano de 1984 (sim, o filme é ambientado nesse ano) onde o embate da heroína com os ladrões de loja se dá de forma lúdica e extremamente suave, onde a protagonista supera os malfeitores de forma natural e até bem humorada sem nunca o perigo ser um elemento vital em cena e parece ter sido essa opção do roteiro e direção pois observamos esse tônica no decorrer da projeção. Por opção da diretora, agora a Mulher Maravilha aposentou a espada e seu escudo, talvez para provar que ela pode superar os homens sem o uso de armas clássicas de guerreiros da antiguidade, pois somente seu icônico Laço da Verdade e seus inconfundíveis e poderosos Braceletes e Tiara são realmente utilizados pela heroína. A abordagem da personagem principal em relação a violência e armas utilizadas é tão distinta do primeiro em relação ao segundo filme que a impressão que dá é que tivemos dois diretores diferentes, o que, como sabemos, não aconteceu. O irônico é que ao passo que o roteiro e direção buscam fomentar o empoderamento feminino, a história mostra uma heroína que desde a Primeira Guerra Mundial (1914) até o ano de 1984 não superou a perda de seu grande amor, tendo vivido por 70 anos sem conseguir nenhuma grande conexão com a humanidade, vivendo de forma extremamente solitária e infeliz.
Crítica | TENET
E finalmente, temos agora no Brasil, o primeiro grande lançamento durante (ou após) a pandemia de COVID-19: ‘TENET’. Antes de tratarmos propriamente do longa, cabe trazermos algumas informações sobre seu diretor e roteirista, Christopher Nolan, pois a obra carrega seu DNA desde os créditos iniciais. Nolan ficou mesmo famoso para o grande público por ter dirigido e roteirizado a icônica trilogia do Batman (Batman Begins – 2005; Batman: O Cavaleiro das Trevas – 2008; Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge – 2012), entretanto, existem outras grandes obras em sua filmografia como ‘Dunkirk’ (idem – 2017), ‘A Origem’ (Inception – 2010), ‘Interestrelar’ (Interstellar – 2014), ‘Insônia’ (Insomnia – 2002), ‘O Grande Truque’ (The Prestige – 2006) e o ainda perturbador ‘Amnésia’ (Memento – 2000). Juntos, seus filmes já somaram mais de 4,2 bilhões de dólares em todo o mundo, fazendo do talentoso diretor um dos mais bem-sucedidos comercialmente em Hollywood, além claro, de sempre o público ser brindado com um toque de originalidade em suas obras. Geralmente. a trama de seus filmes é densa, repleta de detalhes e nos força a assistir novamente (sem constrangimento algum) a um determinado longa para enfim o compreendermos em sua totalidade. ‘TENET’ não foge a regra e aqui o diretor nos brinda com mais um obra prima a qual, além da árdua tarefa de cobrir seus altos custos de produção (U$ 225 milhões) também possui a status de ser o primeiro grande lançamento durante esse período de pandemia que deverá ser o responsável para trazer o público mundial de volta às salas de cinema nessa tentativa de retomada do abalado setor.
Filmado inteiramente em IMAX® (veja nesse formato), ‘TENET’ traz em seu elenco a estreia em uma grande produção do filho de Denzel Washington, John David Washington fazendo bonito em um filme de ação, dividindo a tela por ironia do destino com Robert Pattinson, ator escalado para ser o novo Batman na produção ainda vindoura ‘The Batman’. O roteiro é muito bem trabalhado, podendo ser complexo demais para a maioria, e gira em torno de um fenômeno de ‘inversão’ de objetos no que se pode chamar de uma pequena viagem no tempo que está sendo manipulado pelo vilão Russo Andrei Sator (Kenneth Branagh) desencadeando possivelmente uma terceira guerra mundial. Aqui, o ‘The Protagonist’ (John David Washington) ao passo que tenta entender e utilizar ao seu favor a ‘viagem no tempo’ dos objetos, muito bem explicada ao telespectador, quer impedir o vilão de concretizar seus planos e claro, salvar a mocinha Kat, papel da bela atriz francesa, Elizabeth Debicki. Sem dúvida, o que de fato vai captar a atenção do telespectador do IMAX são as cenas de ação de lutas e perseguições de carros, onde em uma mesma tomada, ora os atores interagem de forma linear no tempo, ora, ao contrário, com tudo ocorrendo de fato ao inverso. O trilha sonora e efeitos de som são impecáveis e mostrou que a substituição de Hans Zimmer, antigo colaborador de Nolan por Ludwig Göransson não comprometeu em nada a qualidade do longa nesse quesito.
Crítica | Resgate
Conseguimos mesmo desvincular o ator Chris Hemsworth do personagem Thor? Essa e outras perguntas tentam ser respondias em ‘Resgate’ (Extraction – 2020), filme de ação da Netflix que surge em meio à pandemia do coronavírus. A primeira curiosidade do longa é que o roteiro é assinado por Joe Russo que junto do seu seu irmão Anthony Russo, dirigiram Hemsworth como Thor em ‘Vingadores: Ultimato‘ e ‘Vingadores: Guerra Infinita’ (Avengers: Infinity War – 2018). O enredo é bem simples, onde Hemsworth é Tyler Rake, um atormentado mercenário do mercado negro especializado em arriscadas tarefas de resgate ao redor do mundo, vivendo de missão em missão. Agora, ele tem que libertar um garoto indiano de 14 anos (Rudhraksh Jaiswal) que é mantido refém na cidade de Dhaka, local onde atua um lorde das drogas rival do pai do adolescente sequestrado, que por sua vez controla Bangladesh. Logo nos minutos iniciais da produção Hemsworth mostra a que veio com cenas de ação muito bem coreografadas e onde em sua maioria temos os belos plano sequência, quando a ação acontece sem qualquer tipo de corte. Esse talvez é o ponto alto do longa até porque o diretor estreante Sam Hargrave (que faz uma pequena ponta no longa como um sniper) é um famoso dublê de Hollywood que já trabalhou com Chris Hemsworth em outras produções mas que na realidade vestia mesmo era o traje do Capitão América para poupar Chris Evans de se machucar (ambos possuem uma grande semelhança física). ‘Resgate’ não tem tempo para desenvolver qualquer personagem, nem mesmo seu principal, pois o longa deixa claro que deseja ser uma diversão pura e simples e se assumir como um filme ‘pipoca’, o qual, nesses tempos de enclausuramento, não é algo necessariamente desabonador. Os aficionados por filmes de ação irão notar, com toda razão, uma grande semelhança entre o manuseio das armas que Tyler Rake exibe com o que foi mostrado por Keanu Reeves em sua famosa franquia John Wick, mas aqui, não se configurando como uma cópia genérica, e sim, uma grande homenagem.
O longa ‘Resgate’ parece mesmo repetir o velho clichê Hollywoodiano onde os nativos daquela remota região na índia são todos vilões e sujos, contrastando com a beleza física e bom caráter do mocinho. Recentemente já vimos essa injusta retratação na película ‘Rambo 5: Até o Fim‘ quando o veterano do Vietnã vai até o México, em uma semelhante missão de resgate, e se depara com toda uma cidade recheada somente de criminosos mal encarados. Exageros à parte, ‘Resgate’ tem um excelente elenco de apoio com destaque para a participação de David Harbour (Hellboy) famoso pela série Stranger Things, também produzida pela Netflix. Não podemos deixar de ressaltar o personagem Saju, interpretado pelo ator indiano Randeep Hooda o qual faz bonito nessa produção de Hollywood tanto na ação como nas pequenas, mas relevantes cenas de drama. Em entrevista recente, este competente ator havia declarado que recusou no passado papeis em longas de Hollywood por estes, até o momento, criarem estereótipos do indiano o que ele desejava evitar. No elenco de apoio, contudo, não identifiquei aquele que seria o alívio cômico da produção mas com tantos socos, tiros e explosões essa ausência é totalmente justificada.
O ‘Resgate’ tem uma trama rasa como na maioria dos filmes de ação mas que poderia ter explicado melhor porque o mercenário Tyler Rake é tão pouco auxiliado em sua missão por seus colegas de equipe pois esta praticamente só chega mesmo no final do terceiro ato, fazendo de Rake um verdadeiro “exercito de um homem só” ou como dizem os americanos, “one man army”. ‘Resgate’, por suas belas sequencias de ação contínuas poderia sim fazer bonito nas telonas para aquele público específico ávido por ação, contudo, quem possui um bom equipamento de áudio e vídeo pode sim comemorar pelas quase duas horas de imersão e muita pipoca. Originalmente o longa iria se chamar Dhaka, local onde se passa a ação, mas parece que isso condicionaria uma eventual sequencia(s) já que o mercenário poderia no futuro ser visto também atuando em outras localidades. Será mesmo?
Alexandre Carvalho – Editor
Bom
Ficha Técnica:
Título: RESGATE (EXTRACTION)
País/Ano/Duração: EUA, 2020, 114 min.
Classificação: ND
Gênero: Ação, Drama
Direção: Sam Hargrave
Roteiro: Joe Russo
Produção: Chris Hemsworth, Joe Russo, Anthony Russo, Ari Costa, Eric Gitter, Benjamin Grayson, Eric Hedayat, Benoit Jaubert, Mike Larocca, Shelby Malone, Patrick Newall, Pravesh Sahni, Steven V. Scavelli, Peter Schwerin, Nicholas Simon
Estúdio: AGBO, India Take One Productions, T.G.I.M Films, Thematic Entertainment
Distribuição no Brasil: Netflix
Estréia: 24/04/2020
Elenco: Chris Hemsworth, Rudhraksh Jaiswal, Randeep Hooda, David Harbour, Golshifteh Farahani.
Crítica | Bloodshot
Com a famosa e divertida franquia ‘Velozes e Furiosos’ chegando em breve ao seu fim (será mesmo?), o ator Vin Diesel está em busca de novas produções que, se bem aceitas pelo público, lhe renderão mais algumas sequências. A aposta da vez é o anti-herói Bloodshot, um ex-soldado que ressuscitado através de uma alta tecnologia, agora possui em seu sangue um exército de nano robôs que além de lhe conferirem super força, também o fazem se regenerar instantaneamente, tornando-o quase indestrutível. Como nem tudo é perfeito, o soldado teve sua memória apagada várias vezes e é manipulado pela organização RST, para realizar missões secretas, até o momento que ele descobre que está sendo manipulado e se volta contra aqueles que o criaram. Antes de qualquer coisa é importante conhecermos um pouco mais sobre a editora americana Valiant Comics, criadora do personagem título. Ela foi fundada em 1989, valendo-se da alta dos quadrinhos e logo idealizou uma gama de personagens que rapidamente agradou o público. A Valiant Comics em 1994, foi comprada pela Acclaim Entertainment, que na época era especializada em games para consoles, a qual veio a falir. Quando tudo ia de mal a pior para a editora, os direitos autorais de seus personagens foram leiloados e arrematados por um baixíssimo valor pelos visionários Dinesh Shamdasani e Jason Kothari.
Crítica | Bad Boys Para Sempre
E se passaram 25 anos desde ‘Os Bad Boys’ (Bad Boys – 1995) quando em 1995, a dupla de comediantes Martin Lawrence e Will Smith (um de palco e outro de TV) arriscaram suas carreiras em um filme que mesclava humor e ação com a direção do diretor Michael Bay. Naquela ocasião, o filme focava bem mais em Lawrence tanto que nos créditos iniciais o nome de Will Smith aparecia em segundo. O filme foi muito bem recebido pelo público e pela crítica e uma sequencia era inevitável e foi quando em 2003 foi lançado ‘Bad Boys II’ (idem – 1995) novamente dirigido por Bay. Contudo, apesar da ação desenfreada e um orçamento bem mais robusto a sequencia não obteve o sucesso esperado e a franquia foi ‘aposentada’ por muitos anos e os atores seguiram suas carreiras de forma independente. É fato que Smith durante esse hiato constitui uma carreira bem mais sólida, emplacando vários sucesso que alternava drama e ação onde o talentoso ator navegava confortavelmente bem em entre os gêneros chegando a receber duas indicações ao Oscar – melhor ator pelo filme ‘Ali’ e ‘À Procura da Felicidade’ -. Enquanto isso Martin Lawrence não teve a mesma trajetória e ainda se saindo bem em ‘Vovó…Zona’ (Big Momma’s House – 2000) o ator teve um histórico de problemas de saúde, comportamentos públicos violentos e casamentos desfeitos com grandes repercussões negativas. Caminhos diferentes à parte, o fato é que um rumor de um terceiro Bad Boys permaneceu na internet por anos quando finalmente no início de 2020, 17 anos depois daquela sequencia, ‘Bad Boys Para Sempre’ (Bad Boys For Life – 2020) chegou aos cinemas para a alegria dos amantes dos filmes de ação. Agora na direção saiu Bay (continuou como produtor) e entrou a dupla talentosa de diretores belga Adil El Arbi e Bilall Fallah mas pouco conhecida do grande público.
Crítica | Ameaça Profunda
E começamos o ano de 2020 com o thriller ‘Ameaça Profunda’ estrelado pela atriz Kristen Stewart, ainda tentando emplacar outro sucesso que a distancie da famigerada saga Crepúsculo. O longa é sobre uma estação submarina a 11 km de profundidade nas Fossas Marianas, onde um grupo de exploradores tenta sobreviver depois de um grave acidente naquela instalação. Não satisfeitos de já estarem a uma profundidade absurda, o time de cientistas ainda tenta, através de uma escavadeira ultra moderna, perfurar o fundo do oceano sem deixar muito claro o motivo desse esforço adicional e perigoso. O roteiro é simples e previsível com o time de atores encarnando as características usuais de um grupo de pessoas nesse tipo de filme pois tempos o alívio cômico, a medrosa, o líder, o que atrasa o grupo e finalmente o que se sacrifica pela equipe. Os diálogos são incrivelmente bobos e os sustos estão lá somente para tentar criar alguma conexão com a plateia, a qual nem vendo a protagonista desafiando os perigos trajando um curto biquíni se empolga verdadeiramente.
O diretor da película é o pouco conhecido William Eubank o qual somente dirigiu os inexpressivos ‘O Sinal: Frequência do Medo’ (The Signal – 2014) e ‘Linha de Ação’ (Broken City – 2013) executando uma árdua missão de transformar um fraco roteiro em um bom filme. A atriz Kristen Stewart de ‘As Panteras’ (Charlie’s Angels – 2019) lidera o elenco que conta com atores chamados do ‘segundo escalão’ como é o caso da Jessica Henwick (participou da série ‘Punhos de Ferro’) e do ator Todd Miller que aqui reprisa sem medo o mesmo alívio cômico que o lançou contracenando com Ryan Reynolds em ambos os filmes do Deadpool. O real destaque do elenco, que supera bem mais a própria protagonista, pertence ao líder da equipe interpretado pelo veterano Vincent Cassel, que mesmo com pouco tempo em tela, consegue trazer alguma dramaticidade à trama.
‘Ameaça Profunda’ tem um bom design de produção na tentativa de ambientar a ação em uma estação submarina danificada onde os atores ou estão molhados ou mergulhando no perigoso oceano. A história tem grandes furos mas podemos destacar dois deles em especial. Primeiramente temos o fato de que uma instalação daquele tamanho, mesmo tendo sofrido grandes danos, deveria apresentar um número bem maior de sobreviventes além dos 6 apresentados. Em segundo lugar, o socorro da equipe em terra ou superfície jamais chega e é de se perguntar o que estaria impedindo alguma tentativa de resgate já que imediatamente se saberia que algo não estava correto já que, entres outros, a comunicação havia se encerrado. O figurino fez um bom trabalho em recriar um moderno traje de escafandro onde os atores possuíam uma boa mobilidade mesmo vestindo aquela armadura. O cartaz de promoção do filme já exibe claramente algumas presas ameaçadoras em seu rodapé e é dedutível que a equipe irá enfrentar, além dos perigos da profundidade, algumas criaturas nada amigáveis.
O CGI dos monstros está muito bom, e o longa propositadamente não deixa claro se as criaturas sempre viveram lá ou se têm mesmo origem alienígena. ‘Ameaça Profunda’ não acrescenta nada ao gênero e somente vemos velhos clichês tomando conta de toda a projeção. O clímax do longa, que começa incrivelmente bem e vai piorando a medida que o tempo passa, deixa claro que a instalação submarina é na verdade um grande caixão pois quando algo de errado acontece, quase nada pode ser feito para reverter a situação, restando apenas o ‘salve-se quem puder’. De quebra, para piorar a situação, os roteiristas Brian Duffield (A Babá – 2017) e Adam Cozad (Jack Ryan: Operação Sombra – 2014), acharam ainda uma boa ideia colocar um mostro do tamanho do Godzilla nas profundezas o que se mostrou desnecessário e pouco criativo. Pasmem, o filme deixa espaço para uma sequência pois é dito através de recortes de jornais que a exploração daquele local deverá continuar, mas particularmente eu duvido que uma continuação irá ver a luz do dia tendo em vista o quase certo fracasso de bilheteria o qual, se muito, igualará os custos da produção (U$ 80 milhões) acrescidos do marketing. ‘Ameaça Profunda’ não foi exatamente o melhor início do ano, mas vale sim a pipoca.
Alexandre Carvalho – Editor
Regular
Ficha Técnica:
Título: AMEAÇA PROFUNDA (UNDERWATER)
País/Ano/Duração: EUA , 2020 , 95 min.
Classificação: 14 anos
Gênero: Suspense, Ficção Científica
Direção: William Eubank
Roteiro: Brian Duffield, Adam Cozad
Produção: Peter Chernin, Tonia Davis, Kevin Halloran, Jenno Topping
Estúdio: Twentieth Century Fox, 20th Century Fox Film Corporation, Chernin Entertainment, TSG Entertainment
Distribuição no Brasil: Fox Film do Brasil
Estréia: 09/01/2020
Elenco: Kristen Stewart, Jessica Henwick, Gunner Wright, Vincent Cassel, Todd Miller
Crítica | Star Wars: Episódio IX – A Ascensão Skywalker
A saga dos Skywalker iniciada por George Lucas com o despretensioso mas excelente ‘Star Wars: Episódio IV – Uma Nova Esperança’ (Star Wars: Episode IV – A New Hope – 1977) depois de 42 anos e 9 filmes chega ao seu desfecho com o aguardado ‘Star Wars: Episódio IX – A Ascensão de Skywalker’ dirigido por J.J. Abrams. Um filme que deveria funcionar exclusivamente como um fechamento, na realidade gasta muito de seu tempo tentando desfazer o que foi mostrado no longa anterior dirigido por Rian Johnson, ‘Star Wars: Os Últimos Jedi’ (Star Wars: The Last Jedi – 2017). A trama gira em torno da resistência tentando lidar com uma nova ameaça liderada pelo Imperador Palpatine (Ian McDiarmid), o qual já entregava seu retorno nos trailers através de sua risada icônica. Sim, o Imperador não estava morto, e utilizou esse tempo para formar uma super poderosa armada de Destroyers em um local secreto no espaço para então liquidar de vez a rebelião. Nesse contexto, temos a Jedi Rey ao passo que tenta ajudar a causa dos rebeldes, busca igualmente descobrir mais sobre seus poderes e passado, notadamente quem seriam seus pais biológicos. Tecnicamente o longa é impecável pois a Disney, agora dona da icônica franquia, não poupou recursos para um excelente CGI, efeitos sonoros e práticos e finalmente uma cenografia e maquiagens dignas de Oscar. A química do elenco principal continua muito boa, entretanto, o roteiro apressadamente inclui novos e dispensáveis personagens o que enfraquece a narrativa e não cria um elo com o telespectador pois esse não tem tempo para se importar com essas repentinas inclusões. Ainda em relação ao elenco, ‘Star Wars: Episódio IX – A Ascensão de Skywalker’ precisou lidar com a morte da atriz Carrie Fisher em 2016 que interpretava a Princesa Leia, mesclando dublês de corpo, CGI e cenas já gravadas da personagem para preencher lacunas e finalmente encerrar ser arco narrativo.
Crítica | O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio
E lá se vão 35 anos desde ‘O Exterminador do Futuro’ (Terminator – 1984) onde o diretor James Cameron arrebatou o mundo com uma história original e muito bem montada. Naquela ocasião, o famoso fisiculturista Arnold Schwarzenegger estava galgando um lugar ao sol em Hollywood e tinha sido convidado para o papel do protetor Kyle Reese (que mais tarde foi entregue a Michael Biehn) mas pediu ao diretor que o escalasse para o papel do Cyborg assassino e o resto é história. A aguardada sequência veio somente em 1991 novamente dirigida por Cameron onde ‘O Exterminador do Futuro 2 – O Julgamento Final’ (Terminator 2: Judgment Day – 1991) revolucionou os efeitos digitais na época e até hoje é tido com um dos melhores filmes de ficção científica já realizados. Da mesma feita quando um alpinista alcança o cume de uma alta montanha e seu único caminho é a descida de volta, a promissora franquia em seguida nos entregou o fraco ‘O Exterminador do Futuro 3 – A Rebelião das Máquinas’ (Terminator 3: Rise of the Machines – 2003) e os tenebrosos ‘O Exterminador do Futuro: A Salvação’ (Terminator Salvation – 2009) e ‘O Exterminador do Futuro: Gênesis’ (Terminator Genisys – 2015) onde nem a presença de Schwarzenegger em todos salvaram as produções de duras críticas do público e imprensa especializada. Como os direitos do filme retornaram ao aclamado diretor em 2019, era chegado a hora de uma tentativa de revitalização da franquia onde James Cameron (Avatar, Titanic) retornaria não como diretor, mas produtor executivo, isto é, um espécie de padrinho do longa. Ocupadíssimo com as sequências de Avatar (sim, ele está gravando mais de um filme por vez) Cameron entregou a tarefa de dirigir ‘O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio’ a Tim Miller, que muito agradou os fãs em ‘Deadpool’ (idem – 2016) e que já havia se declarado amante da franquia iniciada em 1984. Inicialmente cabe destacar que ‘O Exterminador do Futuro: Destino Sombrio’ é uma sequência de T2 de 1991, onde foram propositadamente ignoradas (ufaaa…) todas as três produções posteriores e somente por questões legais, o longa de 2019 não incorporou o subtítulo de número 3 pois como é sabido a produção de 2003 já havia utilizado tal nomenclatura em ‘O Exterminador do Futuro 3 – A Rebelião das Máquinas’.
Crítica | Projeto Gemini
Poucos sabem que o longa ‘Projeto Gemini’ demorou cerca de 10 anos para finalmente chegar as telonas simplesmente pela tecnologia CGI do passado não se apresentar a altura para realizar com primazia toda a narrativa trazida em um roteiro raso mas desafiador em termos de computação gráfica. Sim, como os trailers e cartazes já deixaram bem claro, o protagonista do filme deveria lutar com sua versão 30 anos mais jovem e convencer o espectador que se tratava realmente de duas pessoas duelando. Vale lembrar que se isso falhasse, colocaria a perder todo o resto, ainda que os demais aspectos do longa fossem realmente perfeitos. A tarefa de dirigir algo tão singular foi entregue ao experiente Ang Lee, vencedor do Oscar de Melhor Filme Estrangeiro por ‘O Tigre e o Dragão’ (2001) e pelas direções em ‘O Segredo de Brokeback Mountain’ (2006) e o aclamado ‘As Aventuras de Pi’ (2013). O diretor, além de se preocupar com a necessidade de rejuvenescimento do sempre carismático Will Smith, optou igualmente por inovar através de um formato de projeção de 60 quadros por segundo – mais do que o dobro da taxa tradicional de quadros do cinema (24 quadros) – dando ao público uma experiência em 3D amplificada e uma experiência única de imersão. Com imagens 3D projetadas a 60 quadros por segundo (de uma master originalmente filmada a 120 quadros por segundo) mostra imagens mais próximas do que nunca para aquilo que o olho humano está vendo, colocando o espectador no centro da ação, dependendo é claro, se a sala de exibição suportar esse formato de imagem e áudio. Foi revelado que somente 14 salas nos EUA exibirão o filme na configuração máxima original que ele foi gravado. No Brasil? Duvido que exista alguma sala que o exiba nos 120 fps! Esse formato que entendemos ser revolucionário notadamente para filmes de ação, é chamado de 3D+, onde realmente os 60 quadros por segundo fazem toda a diferença do mundo em termos de qualidade. Para os cinéfilos, o termo “60 FPS” (ou 60 quadros por segundo) pode soar como uma novidade, mas para a comunidade gamer é algo corriqueiro e desejável pois um jogo que roda com essa performance é garantia de fluidez nas imagens e precisão nos combates seja no modo singleplayer (modo história) ou nas disputas online dos multiplayers.
Crítica | Coringa
O vilão Coringa é tão conhecido do público quanto o próprio Batman, já que ambos comemoraram 80 anos de existência em 2019, sem contar o fato de que todo grande herói necessita invariavelmente de um complexo antagonista para que se justifique sua existência. Desde o início do discreto projeto (custou ‘apenas’ U$ 55 milhões) a Warner Bros. não deixou claro onde esse universo se passaria pois a empresa já havia estabelecido um Coringa em ‘Esquadrão Suicida’ (Suicide Squad – 2016) interpretado por Jared Leto, inclusive o ator havia sido, nas notícias iniciais da época, cogitado para esse filme solo. Bom, tudo isso é história, pois quem ficou mesmo com o papel foi o ator Joaquin Phoenix, conhecido do grande público pelo vilão Cômodo em ‘Gladiador’ (Gladiator – 2000) dirigido por Ridley Scott. Depois de assistirmos a ‘Coringa’ percebemos que o filme do diretor Todd Phillips obviamente possui vários elementos que o ligam ao universo do Batman, entretanto, fica claro que o longa foi concebido originalmente para funcionar desvinculado de qualquer franquia já estabelecida ou mesmo futura. Não podemos, contudo, descartar a possibilidade futura do estúdio criar um vínculo (desnecessário ao meu ver) com o vindouro ‘The Batman’ estrelado pelo ex-vampirinho de ‘Crepúsculo’ (Twilight – 2008), Robert Pattinson e dirigido por Matt Reeves o qual tem estreia prevista para meados de 2021. Logo no início de ‘Coringa’ vemos um Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) em frente a um espelho durante a maquiagem de palhaço tentando forçosamente arrancar um sorriso de seu semblante que insiste em mostrar a estado real do personagem, triste e solitário. Comprovamos de imediato toda a entrega de Phoenix ao icônico papel que já teve Jack Nicholson e Heath Ledger (ganhando o Oscar póstumo de melhor ator coadjuvante em 2009) interpretando o sádico e desajustado vilão.
Crítica | Rambo 5: Até o Fim
Estamos realmente vivendo uma época de revitalização de antigas franquias, ora com sequencias, ora com os famosos e nem sempre bem-sucedidos reboots. Para falarmos de forma isenta de ‘Rambo 5: Até o Fim’, tenho que isolar o meu lado de fã pois acompanho a franquia desde seu início com 1982 com ‘Rambo: Programado para Matar’ (Rambo: First Blood) tendo como coleção inclusive todas as facas utilizadas pelo personagem ao longo dos anos. Em relação ao título do primeiro filme o irônico é que o famoso herói de guerra mata somente um policial o qual inclusive cai de um helicóptero onde o piloto é acertado com uma pedra arremessada por John Rambo somente para se defender. Depois de ‘Rambo IV’ (2008) onde Stallone roteirizou, dirigiu e estrelou o longa, o público cativo da franquia acreditava que nunca mais veria um novo capítulo, mas todos estavam enganados pois agora em setembro de 2019, ‘Rambo 5: Até o Fim’ (Rambo: Last Blood) chegou às telonas. De cara, vemos que o título original em inglês faz referência ao título do longa original criando o contraponto em ‘FIRST’ e ‘LAST’ sendo o primeiro tirado literalmente da obra ‘First Blood’ (1972) do escritor ainda vivo David Morrell. Em ‘Rambo 5: Até o Fim’, o protagonista parece ter encontrado sua paz em uma fazenda no Arizona devidamente mostrada no filme anterior e podemos dizer que o primeiro ato do longa se assemelha na realidade a um drama. Quem assistiu ao excelente faroeste ‘Os Imperdoáveis’ (Unforgiven – 1992) estrelado e dirigido por Clint Eastwood pode encontrar algum paralelo entre as duas tramas onde o anti-herói aposentado é trazido de volta a ação por imposição de certas circunstancias.