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Crítica | Abigail

Violento e deliciosamente divertido, contando com uma bailarina vampira, é o novo ‘Abigail’ que estreia dia 18 de abril nacionalmente e que já tive a oportunidade de assistir antecipadamente na cabine de impressa. Sim, os famigerados trailers – indevidamente – já trataram de estragar uma boa surpresa da trama que é justamente termos uma garota de 12 anos que se converte de uma frágil presa para uma feroz predadora ávida por sangue, mesmo plot da obra de 1936 também da Universal, ‘Dracula’s Daughter’, na qual se baseou o filme. O gênero ‘gore’ vem tentando sempre se reinventar a cada incursão na telona e aqui de fato temos uma nova abordagem nesse segmento pois o que não falta no longa são cenas extremamente sangrentas que literalmente – e propositadamente – sujam até a lente da câmera de filmagem dando a impressão que aquela carnificina saiu do controle até de seus realizadores. O enredo de ‘Abigail’ é raso e traz um grupo de sequestradores que inicialmente pensam estarem capturando uma jovem bailarina (Alisha Weir) de família abastada a espera de um resgate de 50 milhões de dólares, mas acabam entrando em um jogo mortal de gato e rato. Com o desenrolar da trama, logo percebem que são eles os confinados naquela mansão na qualidade de alimento e diversão para a jovem ‘sequestrada’ a qual na verdade é uma vampira que vaga pela terra há vários séculos.

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Crítica | Venom: Tempo de Carnificina

O primeiro ‘Venom’ (idem – 2018) inaugurou justamente a seção Críticas em nosso espaço virtual – a qual você pode conferir aqui – pena que com um longa feito às pressas e repleto de problemas. Entretanto, o ‘carisma’ do famoso antagonista do Homem-Aranha era tão grande que o longa, pasmem, foi um grande sucesso de bilheteria arrecadando cerca de mais de U$ 850 milhões ao redor do mundo e claro, uma sequência era inevitável. Agora, em outubro de 2021, chega às telonas ‘Venom: Tempo de Carnificina’, longa com maior orçamento e desejando repetir o sucesso comercial do filme original, levando-se em conta, obviamente, o período de restrição e distanciamento das poltronas das salas de exibição imposto ainda pelo Covid. ‘Venom: Tempo de Carnificina’ é uma continuação direta do anterior e agora temos a oportunidade de vermos mais da dinâmica entre Eddie Brock (Tom Hardy) e o alienígena Venom, tentando coabitar o mesmo corpo com personalidades tão distintas. É justamente esse caso de amor e ódio que resulta o maior acerto de ‘Venom: Tempo de Carnificina’, pois o ator Tom Hardy consegue imprimir um humor na medida certa o que rende vários e divertidos diálogos entre ambos.

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Crítica I Tempo

Baseado – mas com muita liberdade criativa – nos quadrinhos ‘Castelo de Areia’ (Sandcastle – 2011), dos franceses Pierre Oscar Lévy e Frederik Peeters, ‘Tempo’ é o sexto filme do controverso diretor (e aqui também roteirista) M. Night Shyamalan. Inicialmente avesso à adaptações, nesse caso o diretor teria aberto uma exceção pois segundo palavras deste “a obra tinha uma cadência veloz que me interessava e falava das coisas em que eu estava pensando. Então veio no tempo certo”. A premissa é interessante onde em uma praia secreta, alguns hóspedes de um resort exclusivo percebem que naquele local o tempo passa muito rapidamente, acelerando o envelhecimento de todos indiscriminadamente. Inspirado certamente por Hitchcock que adorava fazer pontas em seus filmes, aqui, M. Night Shyamalan faz bem mais que uma participação, desempenhando um papel relevante justamente em momentos chaves do longa, tanto em seu início como no terceiro e fraco terceiro ato. As questões derivadas desse problema do tempo desperta o melhor e o pior dos desafortunados aprisionados naquele local onde ao passo que tentam entender o que está ocorrendo, estes buscam desesperadamente um meio de sair daquele cativeiro natural cercado por rochas e um mar revolto sem entretanto nunca deixar claro onde se localiza aquele cenário.

A desorientação dos protagonistas – sim, não existe um único destaque – é reforçada pela câmera do diretor que propositadamente se desloca, ora desfocando os atores em cena e mostrando-os apenas em detalhes, ora, se movendo lentamente tentando acompanhar o caminhar ou o ângulo de visão de algum deles. O elenco, apesar de competente e contanto com nomes como Gael García Bernal, parece ter sofrido com o roteiro que foi 50% aproveitado da Graphic Novel e 50% criado originalmente notadamente em relação ao seu desfecho. O fato é que não nos importamos em nenhum momento com o que acontece com os personagens, suas angústias e dilemas e o telespectador basicamente se restringe a tentar entender o que de fato está havendo naquele paradisíaco e perigoso local. O tempo, que funcionaria com a mola propulsora da trama, é mediocremente retratado onde vemos o seu efeito de envelhecimento afetar fisicamente poucos personagens, ignorando a maquiagem e demais consequência, pasmem, no restante do elenco. Um determinado Rapper, também aprisionado naquela praia, simplesmente não apresenta durante o longa qualquer sinal de envelhecimento mesmo este já estando lá há muito mais tempo que os demais personagens. As crianças que crescem rapidamente deixam a dúvida se elas possuem ainda a mentalidade de criança em um corpo de adolescente ou se a ‘maturidade’ também acompanharia o crescimento físico, já que a sexualidade é abordada fartamente no longa. Essa dubiedade compromete em parte a atuação dos diferentes atores que interpretam os mesmos personagens e faz com que o telespectador saia do foco da trama para tentar encontrar a resposta para esses pequenos, constantes e desnecessários questionamentos.

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Crítica | Buscando…

Ocasionalmente (e para deleite dos amantes da sétima arte) nos deparamos com filmes de baixo orçamento, mas que trazem excelentes ideias bem implementadas a gêneros com poucas inovações; é o caso de ‘Buscando…’. Aqui toda a trama  (ou melhor, 90% dela) se passa através de telas de computadores e dispositivos móveis e se apresenta inicialmente de forma bastante simples: um pai nerd tenta localizar a filha desaparecida buscando (ops…) pistas digitais de seu paradeiro.  O diretor (estreante) e também roteirista Aneesh Chaganty, impõe uma narrativa onde o telespectador acompanha do ponto de vista de David Kim, (o pai vivido por John Cho) sua opção por encontrar sua filha usando a tecnologia ao invés do método usual e pouco eficaz de simplesmente sair pelas ruas sem destino. Imediatamente somos levados a questionamentos sobre o correto uso das redes sociais e suas consequências como também o quanto os pais conhecem verdadeiramente seus filhos atualmente. Além da trama com várias reviravoltas, outro ponto que merece destaque fica a cargo da interpretação do ator John Cho o qual já havia mostrado competência em ‘America’n Pie e no reboot de ‘Star Trek’ e aqui entrega um personagem angustiado e obcecado em desvendar o mistério envolvendo sua filha adolescente, aproximando o público de seu desespero e solidão. Ao exemplo do que ocorreu nos cinemas nacionais no filme ‘Sem Escalas’ (Non-Stop – 2014) com o ator Liam Neeson, aqui em ‘Buscando…’ houve novamente o zelo de se traduzir a maioria dos elementos das telas dos computadores para o telespectador não sair da narrativa tentando compreender o que está havendo no mundo digital e isso foi mais uma grata surpresa (de muitas) do longa e registramos nossa satisfação com a distribuidora Sony Pictures pelo belo trabalho.

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Crítica | Bohemian Rhapsody

Bom, primeiramente vamos esclarecer que mesmo sendo um filme baseado na inesquecível banda Queen, se o ator Rami Malek (série Mr. Robot e Papillon) não convencesse como Freddie Mercury, nada mais funcionaria no longa ‘Bohemian Rhapsody’ e este seria um desastre colossal. Calma, isto não aconteceu e o ator dá conta sim do trabalho e caso ele venha a ser indicado ao Oscar, isso não me surpreenderia. Malek, auxiliado por figurinos históricos e recriados aqui com grande competência e precisão para os clips e apresentações, mostra desenvoltura no palco trazendo os trejeitos mais famosos de Freddie Mercury além de ter tido sua voz mesclada com a de um interprete atual, na tentativa de sucesso de se evitar uma simples dublagem de playback. Passado esse temor inicial, vale lembrar que anteriormente o ator de comédias Sacha Baron Cohen era o mais cotado para o papel principal mas divergências criativas (sempre elas) notadamente nos aspecto do ator desejar retratar momentos menos gloriosos do cantor, o tiraram do projeto. Vale lembrar que o diretor Bryan Singer (Os Suspeitos, X-Men e Superman Returns) foi demitido no meio das filmagens (e substituído por Dexter Fletcher) mas ainda teve seu nome creditado no filme, possivelmente pelas normas que o sindicato dos diretores impõe em situações atípicas como essa. É sabido que filmes feitos a duas mãos”  no quesito direção costumam falhar e recentemente tivemos o exemplo de Liga da Justiça (Justice League – 2017) mas em ‘Bohemian Rhapsody’, talvez pela maior parte do filme já ter sido gravada, não fica tão evidente esse contratempo ocorrido nos bastidores no resultado final entregue na telona.

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