Crítica I Aquaman 2: O Reino Perdido

O primeiro Aquaman foi um grande sucesso de bilheteria, perfazendo incríveis 1,152 bilhão USD mundialmente e claro, uma sequência seria inevitável. Contudo, de 2018 muita coisa mudou, notadamente pela nova reformulação da DC Studios – entenda aqui –, agora comandado por JamJames Gunn e Peter Safran onde tudo sera reiniciado (hard reboot), começando pelo novo filme do Homem de Aço: Superman: Legacy. É justamente nesse conturbado momento de transição em que ‘Aquaman 2: O Reino Perdido’ está sendo lançado, se apresentando como o último filme da antiga gestão que ainda restava ser disponibilizado ao público. Campanha de marketing discreta, trailers com baixíssimas visualizações no youtube e péssimos números de pré-vendas fazem com que o hype de ‘Aquaman 2: O Reino Perdido’ seja um dos mais baixos da DC possivelmente por o público (e claro, o elenco) já saber que o longa é um encerramento de um ciclo e que nada mais será realizado, pelo menos com os mesmos atores/atrizes e seus respectivos personagens.

enredo é simples, onde agora vemos um Aquaman (Jason Mamoa) dividido no papel de pai de família e Rei de Atlantis e tendo que lidar com o desejo de vingança do vilão do primeiro longa, o excelente Arraia Negra (Yahya Abdul-Mateen II). Aqui reside inclusive o grande acerto do filme que foi manter o vilão do primeiro longa, aprofundando sua jornada de vingança sem trazer um antagonista novo que teria que ser mais trabalhado para entendermos suas motivações. A mola propulsora da história inclusive gira em torno justamente do vilão Arraia Negra o qual encontra um misterioso e poderoso Tridente Negro na Antártida e possuído pelo espírito de uma entidade aprisionada no gelo, vai em busca de vingar a morte do seu pai aniquilando Aquaman e seus protegidos. 

Visualmente – ao exemplo do que vimos no filme original – ‘Aquaman 2: O Reino Perdido’ se mantém impecável, tanto no CGI das profundezas dos mares como nas cenas em terra e a direção de James Wan entendeu que muito de um filme de fantasia, depende mesmo da qualidade dessa variável relativa aos efeitos digitais. O elenco em sua maioria está bem mais à vontade, onde Mera (Amber Heard) apesar do pouco tempo de tela, particularmente eu havia cogitado que ela seria cortada totalmente da trama justamente pelos problemas particulares em seu divórcio midiático com o ator Johnny Depp mas ao que parece a DC Studios não entendeu que seria o caso de uma intervenção na edição final do filme por essa razão. Jason Mamoa, nitidamente não apresentando mais a excelente forma física dos longas anteriores, não aparece em nenhuma cena sem camisa, pois agora o personagem principal surge em tela sempre trajando roupas que encobrem sempre a totalidade de seu corpo.

A ausência na trama se deu mesmo pelo ator Willem Dafoe onde seu personagem Vulko não foi incluído na sequencia por questão de conflito de agenda do ator, segundo declarações do diretor James Wan; uma pena. Destaque mesmo na trama é do personagem Orm (Patrick Wilson) que agora com bastante tempo de tela em todos os três atos, junta forças com o irnão contra as força do mal, coroando a parceria do ator Patrick Wilson e o diretor James Wan que remonta desde o início da franquia Invocação do Mal (The Conjuring – 2013). Sim, ‘Aquaman 2: O Reino Perdido’ é um filme divertido que mantém o ritimo de uma ação desenfreada que vai agradar os adeptos de uma boa pancadaria, entretanto, sem trazer nada de novo ao gênero ou algo que renda boas conversas após a exibição do longa.

A temática de ‘Aquaman 2: O Reino Perdido’ gira em torno do tema atual da preservação da natureza, terrestre e marinha, para a perpetuação das espécies, com direito a um discurso do Aquaman em pessoa às Nações Unidas – ONU sobre essas delicadas questões. Vale salientar que pude conferir o longa na cabine de imprensa em uma versão em 3D muito embora o filme não tenha sido filmado originalmente nesse formato, nos apresentando uma conversão medíocre apenas para se cobrar mais pelo ingresso. Com um desfecho apressado, mas razoavelmente satisfatório, ‘Aquaman 2: O Reino Perdido’ encerra finalmente o antigo DCEU e agora só nos resta esperar o que vem de novo por aí onde a DC Studios tem a árdua missão de provar que o gênero de super-heróis não está saturado e que ainda ele pode fazer bonito nas bilheterias mundiais. Que venha ‘Superman: Legacy’

Alexandre Carvalho – Editor 

Bom

Ficha Técnica:
Título: AQUAMAN 2: O REINO PERDIDO (AQUAMAN AND THE LOST KINGDON)
País/Ano/Duração: EUA, 2023, 124 min.
Classificação: 14 anos
Gênero: Ação, Aventura, Fantasia
Direção: James Wan
Roteiro: David Leslie Johnson-McGoldrick
Produção: James Wan, Michael Clear, Rob Cowan, Walter Hamada, Peter Safran, Galen Vaisman
Estúdio: DC Films, Warner Bros. Pictures, Atomic Monster, The Safran Company
Distribuição no Brasil: Warner Bros. Pictures Brasil
Estreia: 21/12/2023
Elenco: Jason Momoa, Amber Heard, Patrick Wilson, Yahya Abdul-Mateen II, Nicole Kidman, Indya Moore