Ocasionalmente (e para deleite dos amantes da sétima arte) nos deparamos com filmes de baixo orçamento, mas que trazem excelentes ideias bem implementadas a gêneros com poucas inovações; é o caso de ‘Buscando…’. Aqui toda a trama (ou melhor, 90% dela) se passa através de telas de computadores e dispositivos móveis e se apresenta inicialmente de forma bastante simples: um pai nerd tenta localizar a filha desaparecida buscando (ops…) pistas digitais de seu paradeiro. O diretor (estreante) e também roteirista Aneesh Chaganty, impõe uma narrativa onde o telespectador acompanha do ponto de vista de David Kim, (o pai vivido por John Cho) sua opção por encontrar sua filha usando a tecnologia ao invés do método usual e pouco eficaz de simplesmente sair pelas ruas sem destino. Imediatamente somos levados a questionamentos sobre o correto uso das redes sociais e suas consequências como também o quanto os pais conhecem verdadeiramente seus filhos atualmente. Além da trama com várias reviravoltas, outro ponto que merece destaque fica a cargo da interpretação do ator John Cho o qual já havia mostrado competência em ‘America’n Pie e no reboot de ‘Star Trek’ e aqui entrega um personagem angustiado e obcecado em desvendar o mistério envolvendo sua filha adolescente, aproximando o público de seu desespero e solidão. Ao exemplo do que ocorreu nos cinemas nacionais no filme ‘Sem Escalas’ (Non-Stop – 2014) com o ator Liam Neeson, aqui em ‘Buscando…’ houve novamente o zelo de se traduzir a maioria dos elementos das telas dos computadores para o telespectador não sair da narrativa tentando compreender o que está havendo no mundo digital e isso foi mais uma grata surpresa (de muitas) do longa e registramos nossa satisfação com a distribuidora Sony Pictures pelo belo trabalho.
Categoria: Críticas
Crítica | Bohemian Rhapsody
Bom, primeiramente vamos esclarecer que mesmo sendo um filme baseado na inesquecível banda Queen, se o ator Rami Malek (série Mr. Robot e Papillon) não convencesse como Freddie Mercury, nada mais funcionaria no longa ‘Bohemian Rhapsody’ e este seria um desastre colossal. Calma, isto não aconteceu e o ator dá conta sim do trabalho e caso ele venha a ser indicado ao Oscar, isso não me surpreenderia. Malek, auxiliado por figurinos históricos e recriados aqui com grande competência e precisão para os clips e apresentações, mostra desenvoltura no palco trazendo os trejeitos mais famosos de Freddie Mercury além de ter tido sua voz mesclada com a de um interprete atual, na tentativa de sucesso de se evitar uma simples dublagem de playback. Passado esse temor inicial, vale lembrar que anteriormente o ator de comédias Sacha Baron Cohen era o mais cotado para o papel principal mas divergências criativas (sempre elas) notadamente nos aspecto do ator desejar retratar momentos menos gloriosos do cantor, o tiraram do projeto. Vale lembrar que o diretor Bryan Singer (Os Suspeitos, X-Men e Superman Returns) foi demitido no meio das filmagens (e substituído por Dexter Fletcher) mas ainda teve seu nome creditado no filme, possivelmente pelas normas que o sindicato dos diretores impõe em situações atípicas como essa. É sabido que filmes feitos a “duas mãos” no quesito direção costumam falhar e recentemente tivemos o exemplo de Liga da Justiça (Justice League – 2017) mas em ‘Bohemian Rhapsody’, talvez pela maior parte do filme já ter sido gravada, não fica tão evidente esse contratempo ocorrido nos bastidores no resultado final entregue na telona.