E finalmente chegamos ao final da Fase 3 da Marvel! Sim, essa fase não teve seu desfecho, como muitos pensavam, com o excelente ‘Vingadores: Ultimato’ mas agora com ‘Homem-Aranha: Longe de Casa’. O todo poderoso da Marvel Studios, Kevin Feige já havia relatado que gostaria de fechar essa fase com o Herói da Vizinhança pois a relação entre Peter Parker (Tom Holland) e Tony Stark (Robert Downey Jr.) era muito sólida e merecia um desfecho onde o primeiro pudesse provar que poderia seguir adiante sem a presença de seu querido mentor. O longa se passa logo após o retorno das pessoas desaparecidas com o estalo do Thanos, aqui chamado de blip, onde com humor vemos indivíduos ausentes por 5 (cinco) anos tendo que se adaptar a nova convivência com parentes e amigos pois os recém chegados não envelheceram durante esse período. Tom Holland atualmente com 23 anos está muito a vontade em seu papel dos sonhos interpretando um jovem de apenas 16, agora nos entregado um Peter que deseja levar uma vida normal com amigos e seu interesse amoroso ao passo que sente muita pressão em carregar o legado de seu tutor que deixa um artefato muito poderoso aos cuidados do personagem. Nesse contexto de proposital incompatibilidade entre o prazer e o dever trazida pelo roteiro, vemos a chegada de Mistério (Jake Gyllenhaal) que logo de início impressiona positivamente o protagonista, mas como todos já sabem pelos quadrinhos e cartoons, irá se revelar o grande vilão de ‘Homem-Aranha: Longe de Casa’. Podemos dizer sem sobra de dúvida que Gyllenhaal nos brinda com o melhor vilão de todos os filmes do Homem-Aranha, com grandes motivações e um intrigante carisma, marca dos melhores antagonistas vistos na telona. Quem ganha bem mais tempo em cena é a atriz-modelo Zendaya que faz uma MJ sarcástica mas genérica, talvez devido a sua pouca experiência em Hollywood mas que, pasmem, motiva grande parte das decisões do protagonista na trama.
Categoria: Críticas
Crítica | X-Men: Fênix Negra
Tudo o que é bom um dia acaba. Talvez o grande público não saiba, até porque propositadamente o marketing envolvendo o longa não tivesse essa prioridade, mas ‘X-Men: Fênix Negra’ é o último filme dos mutantes com essa formação. Com a compra da Fox pela Disney certamente os mutantes em um futuro próximo (ou não) ganharão novos filmes, entretanto com uma novíssima formação e com um elenco totalmente novo incorporando heróis já conhecidos. Será desconcertante vermos o Wolverine, entre outros, ser interpretado por um ator que não seja o competente Hugh Jackman mas como é sabido, o personagem é sempre maior que o ator que o interpreta pois o primeiro não envelhece e nem adoece e tampouco pode deixar ‘órfão’ uma legião de novos fãs a cada geração. Mas fiquem tranquilos, que esse ‘desfecho’ fez bonito na telona em uma franquia que reconhecemos, teve seus altos e baixos além de uma já sabida timeline (cronologia) já há muito tempo incrivelmente bagunçada. ‘X-Men: Fênix Negra’ se passa em 1992 onde os mutantes ‘trabalham’ em parceria inédita com o governo norte-americano tendo se passado 10 (dez) anos após os eventos do fraco ‘X-Men: Apocalipse’ (X-Men: Apocalypse – 2016). Logo no início do filme já temos uma incrível sequencia de ação no espaço onde o Presidente dos EUA pede ajuda aos X-Men para resgatar astronautas em uma missão espacial que deu muito errado, ocasião que já vemos um excelente trabalho coordenado da equipe onde cada um contribuiu acertadamente com seu poder sob a supervisão da agora líder, Mística, em interpretação pouco inspirada de Jennifer Lawrence. A partir daí, o roteiro adapta a famosa saga da Fênix Negra, já bem explorada nas HQs e no excelente desenho animado (cartoon) da década de 90 o qual teve um total de 76 (maravilhosos) episódios. A narrativa, infelizmente, ainda mantém os erros de continuidade da franquia pois certos personagens que morrem, são vistos nos filmes que se passam em décadas posteriores mas falhas de continuidade a parte, o roteiro inova em nos mostrar um Charles Xavier (James McAvoy) agora vaidoso e que por vezes coloca em risco a equipe para manter uma boa imagem perante o governo dos EUA.
Crítica | Rocketman
Se em 2018 o filme biográfico da banda Queen, ‘Bohemian Rhapsody’ fez enorme sucesso, inclusive dando a Rami Malek o Oscar de melhor ator, agora em 2019 a biografia musical de Elton John, ‘Rocketman’ aposta em um tom mais adulto e bem mais realista ao retratar a vida do icônico pop star. Essa abordagem, sem as criticadas suavizações ocorridas na vida de Freddie Mercury, – com o perdão dessas inevitáveis comparações – ocorreu justamente em um longa assumidamente musical em que a cada 15 min. alterna diálogos e cenas de danças embaladas por canções com as vozes dos próprios atores participantes. A mistura entre a fantasia dos clips musicais com a realidade das cenas fortes de homossexualismo e abuso de bebidas e drogas do personagem principal foram muito bem conduzidas pelo diretor Dexter Fletcher que já tinha trabalhado com o ator Taron Egerton em ‘Voando Alto’ (Eddie the Eagle – 2015). Outra curiosidade que liga as duas biografias recentes é que o diretor Dexter Fletcher finalizou, ainda que não creditado pelas regras da associação de roteiristas de Hollywood, o longa ‘Bohemian Rhapsody’ após a demissão de Bryan Singer por diferenças criativas (sempre elas). Por falar em Taron Egerton (Elton John), o ator, auxiliado pelo belo figurino da produção, soube incorporar todos os trejeitos de Elton John com perfeição apesar de, particularmente, achar que a interpretação não chegue a render maiores prêmios ao jovem e promissor talento. ‘Rocketman’ acompanha, através de flasbacks, a vida do cantor desde sua infância onde naquela idade já se destacava pelo enorme talento no piano o que no futuro seria justamente seu grande diferencial. Problemas familiares são muito bem retratados, seja pelo distanciamento e indiferença (até depois do sucesso do filho) de seu pai através de uma grande performance do ator Steven Mackintosh, como de sua mãe, onde vemos uma Bryce Dallas Howard com vários quilos a mais sem qualquer auxílio de próteses, maquiagens ou mesmo CGI.
Crítica | Brightburn: Filho das Trevas
E se alguém com os poderes similares ao do Superman fosse ‘do mal’? Basicamente essa é a premissa do longa ‘Brightburn: Filho das Trevas’ (Brightburn – 2019) que estreia agora dia 23 de maio de 2019 nacionalmente. O longa, que teve um baixíssimo orçamento de U$ 7 milhões para o padrão de Hollywood, também está sofrendo no Brasil com sua discreta campanha de divulgação (quase inexistente) além de que certamente será igualmente prejudicado pelo péssimo subtítulo recebido em terras alencarinas: ‘Filho das Trevas’. O grande público que não teve acesso aos trailers será inevitavelmente induzido a pensar que se trata de um filme essencialmente de Terror ao estilo ‘A Freira‘ (The Nun – 2018) e que destoa muito da proposta da produção. Agora, também cabe esclarecer que tecnicamente não se trata do ‘Superman do mal’ e sim, do que poderíamos chamar por convenção de Superboy (sem a produção jamais assumir as semelhanças) pois é um garoto de 12 anos de idade que protagoniza a narrativa. O filme começa mostrando a história já bem conhecida de todos onde um casal sem filhos presencia em sua fazenda uma pequena nave espacial ‘aterrissando’ com um bebê em seu interior o qual é adotado imediatamente por eles. Nos primeiros anos tudo se desenrola normalmente mas quando o garoto Brandon Breyer (Jackson Dunn, ator que fez uma ponta em Vingadores: Ultimato) chega a puberdade, seu lado, digamos, ‘do mal’, aflora e tudo começa a desandar tanto para a família como para aquela pequena comunidade de Brightburn, Kansas. Estranhamente os pais da criança alienígena (e a comunidade em geral) só percebem algo realmente de estranho em seu filho a partir da pré-adolescência como se ser detentor de extraordinárias habilidades fosse algo fácil de se ocultar. Uma criança contrariada possuindo super força iria revidar violentamente em várias ocasiões além de que uma simples injeção seria impossível de ser administrada. O roteiro de Brian e Mark Gunn (irmão e primo do famoso James Gunn) é medíocre e apressado ao extremo onde os diálogos entre os pais do garoto, Mr. Breyer (David Denman) e Tori Breyer (Elizabeth Banks) são recheados de clichês onde basicamente a conversa gira em torno da aceitação e/ou negação dos atributos sobrenaturais do seu filho.
Crítica | John Wick 3: Parabellum
Depois dos excelentes ‘John Wick: De Volta Ao Jogo’ (John Wick – 2014) e ‘John Wick: Um Novo Dia Para Matar’ (John Wick: Chapter Two – 2017) o público estava ávido pele terceiro capítulo e agora em 2019 essa ansiedade foi saciada com ‘John Wick 3: Parabellum’. O longa inicia exatamente após os eventos do segundo capítulo (razão pela qual jamais assista a essa sequencia sem ter visto os anteriores) e agora seguimos o anti-herói com a cabeça a prêmio pela Alta Cúpula e perseguido por todos os assassinos do mundo sem qualquer ajuda e regalias da rede de Hotéis Continental. John Wick (Keanu Reeves) está EXCOMUNGADO que na sociedade secreta indica que ele quebrou uma das duas regras básicas: executou alguém dentro do terreno neutro de algum Hotel Continental. A direção é do ‘novato’ mas competente Chad Stahelski que também dirigiu os dois primeiros e que na época de Matrix trabalhou como dublê com o ator principal e talvez por isso as cenas de ação sejam tão bem executadas e realistas em toda a franquia. E por falar nisso, temos as cenas de ação realmente elevando o nível do cinema pois certamente serão referências para outras produções no futuro além de que em Parabellum (o que significa: Prepara-se para a guerra) elas nunca se repetem. Nesse contexto de extrema ação é bem verdade que falta tempo para um maior desenvolvimento de alguns personagens e isso fragiliza o roteiro, mas foi essa a opção do roteirista Derek Kolstad e que vai agradar ao grande público. Confesso que senti bastante a falta no terceiro filme tanto do excelente ator John Leguizamo (dono de oficina Aurélio) como também do ator Common (assassino Cassian), este último que realizou a memorável luta no metrô em ‘John Wick: Um Novo Dia Para Matar’ onde o anti-herói o deixa vivo com uma faca cravada em seu tórax. Tirando as imperdoáveis ausências anteriores no elenco, Parabellum nos brinda com uma bem maior participação do recepcionista do Hotel Continental, Charon (Lance Reddick) onde agora, para a alegria dos fãs, ele parte para a pancadaria pegando em armas e fazendo realmente a diferença.
A grande adição do elenco do terceiro filme, indiscutivelmente foi a introdução de Halle Berry, que após meses de duro treinamento e ensaios, nos entrega uma assassina crível e que com uma bela química, ajuda Wick (com mais dois pastores alemães) em sua árdua jornada de sobrevivência e não nos impressionemos se no futuro a personagem render um spin-off na franquia ou alguma participação especial na já anunciada série de TV, ‘Continental’. O mediano (e sumido) ator de artes marciais dos anos 90, Mark Dacascos, entrega um bom vilão e claro, como não poderia deixar de ser, excelentes sequencias continuas de muita pancadaria com espadas pois ele pertence a uma facção de ninjas que prioriza armas brancas em detrimento das usuais de fogo. Em ‘John Wick 3: Parabellum’ mergulhamos ainda mais no universo dos assassinos, tudo muito bem ambientado pelo design de produção em cenários que mesmo com o relativo baixo orçamento, nos brindam com uma excelente atmosfera que alterna o moderno e o estilo noir, funcionando até como um personagem em toda a narrativa. A veterana Anjelica Huston, outra grande e acertada adição ao longa, é o fio condutor dessa jornada pelos bastidores da Alta Cúpula, onde Wick tenta barganhar com a The Director alguma forma de obter ajuda para sair dessa complexa situação. Parabellum traz uma excelente referência aos filmes de Western, notadamente ao clássico ‘Três Homens em Conflito’ (The Good, the Bad and the Ugly – 1966) onde John Wick sem armas, monta em um museu, um revolver antigo usando peças variadas de armas em exposição. John Wick, apesar de extremamente habilidoso, não é nenhum Super-Homem e aqui novamente ele apanha bastante além de excessivamente ser arremessados em vidraças e parapeitos. Essa vulnerabilidade do personagem aproxima o telespectador da trama e a direção, já que o longa começa onde termina o segundo capítulo, trata de mostrar um cansaço proposital do anti-herói já que ele não teve tempo para se alimentar e/ou descansar entre as sucessivas disputas.
Wick mal tem tempo de fazer curativos em suas novas e velhas feridas e já se vê obrigado a entrar em lutas violentas em seguida e o médico que o trata desde o primeiro capítulo (ator Randall Duk Kim que fez o Chaveiro em Matrix: Reloaded) protagoniza uma bela cena inicial em Parabellum. A trilha sonora magnífica dos dois primeiros filmes onde recomendo inclusive a compra de suas soundtracks originais, retorna agora mais uma vez competente e contribuindo para a imersão do telespectador na agitada trama já que as sequencias de ação podem ser comparadas a verdadeiras coreografias de dança. ‘John Wick 3: Parabellum’ é uma viagem de montanha russa, onde os fãs dos dois primeiros longas não se decepcionarão em nenhuma forma pois tudo o que vem funcionando na franquia, aqui retorna mais e melhor para o deleite de todos. A franquia começou discretamente e sem grandes estardalhaços mas com o passar dos anos, hoje se firma com uma das melhores do gênero de ação, quebrando o tabu que continuações nunca são tão boas quanto o original. Para quem já assistiu a Parabellum e está ávido por mais ação, a boa notícia é que até o fechamento dessa edição já havia sido confirmado oficialmente ‘John Wick 4’ o qual já tem data de estreia marcada para 21 de maio de 2021. Outra curiosidade é que ‘John Wick 3: Parabellum’ desbancou o também excelente ‘Vingadores: Ultimato‘ do primeiro lugar da bilheteria americana, o que inevitavelmente iria acontecer em algum momento. Com o belo gancho para o já confirmado quarto capítulo ao final de Parabellum, temos sim uma ideia do que o nosso anti-herói irá enfrentar no futuro e somente nos resta controlar a ansiedade para até o ano de 2021; nos vemos lá!
Alexandre Carvalho – Editor
Maravilhoso!
Ficha Técnica:
Título: JOHN WICK 3: PARABELLUM (JOHN WICK: CHAPTER 3 – PARABELLUM)
País/Ano/Duração: Estados Unidos, 2019, 130 min.
Classificação: 16 anos
Gênero: Ação
Direção: Chad Stahelski
Roteiro: Derek Kolstad
Produção: Basil Iwanyk, Erica Lee, John R. Saunders, Jeff G. Waxman
Estúdio: Lionsgate, Thunder Road Pictures
Distribuição no Brasil: Paris Filmes
Estréia: 16/05/2019
Elenco: Keanu Reeves, Asia Kate Dillon, Halle Berry, Jason Mantzoukas, Laurence Fishburne, Ian McShane, Mark Dacascos, Anjelica Huston
Crítica | Vingadores: Ultimato
E chegamos em nossa Crítica de número 10, justamente com esse icônico filme: ‘Vingadores: Ultimato’! Nada poderia ser mais adequado para um filme que despertou tanto hype e ansiedade em todo o mundo nos meses anteriores a sua estreia. O UCM ou Universo Cinematográfico da Marvel (em inglês – MCU – Marvel Cinematic Universe) teve início em 2008 com ‘Homem de Ferro’ (Iron-Man – 2008) e após 21 filmes (‘Vingadores: Ultimato’ é o de número 22) em sua maioria sucessos mundiais de bilheteria, era chegado a hora de dar um desfecho a toda a trama assim como encerrar o arco dos principais personagens. O enredo acompanha inicialmente em seu primeiro ato as consequências do ‘estalo’ do vilão Thanos (Josh Brolin) que havia dizimado metade dos seres vivos do universo em ‘Vingadores: Guerra Infinita‘ (Avengers: Infinity War – 2018) sempre dando um proposital destaque aos seis Vingadores originais os quais sobreviveram a esse extermínio. Os diretores queridinhos do momento, Joe e Anthony Russo, comandam com competência esse desfecho pois já tinham mostrado enorme talento e respeito pelo material de origem em ‘Capitão América: O Soldado Invernal’ (Captain America: The Winter Soldier – 2014) – meu filme preferido entre todos -, Capitão América: Guerra Civil (Captain America: Civil War – 2016) e ‘Vingadores: Guerra Infinita’ (Avengers: Infinity War – 2018). A árdua tarefa agora para roteiristas e direção era, além de lidar inicialmente com o famoso ‘estalo’, era a de criar uma historia onde os heróis tentassem reverter essas perdas, encerrar algumas participações pois certos atores não tinham mais contrato e finalmente sedimentar o futuro da Marvel já que a formação sofreu alterações mas o grupo terá que seguir adiante nas telonas. Tudo funciona muito bem em ‘Vingadores: Ultimato’ em suas mais de 3h de duração (sim, não beba muita água na seção para evitar sair da sala) possuindo somente pequenas falhas na trama que, girando em torno do mundo quântico, lida com eventos temporais os quais são sempre muito complexos de terem todas as suas pontas soltas devidamente amarradas (ver parte de SPOILERS – no final). Entretanto, nada disso compromete a experiência do longa o qual tecnicamente beira a perfeição, seja na edição enxuta (sim, as 3h de duração foram realmente necessárias), trilha sonora envolvente e que emociona e efeitos de computação gráfica (CGI) bem renderizados. Um filme tão grandioso, sendo dirigido por diretores menos competentes, jamais teria sido feito em pouco mais de dois anos como ocorreu em ‘Vingadores: Ultimato’ e isso é outro motivo para realmente reverenciarmos a dupla de irmãos Russo.
Crítica | Shazam!
Alguns atores nasceram para certos personagens e desempenharam tão bem seus papéis de heróis que o grande público teria dificuldade em associar outros nomes aos icônicos super-heróis como é o caso de Robert Downey Jr. (Homem de Ferro/Tony Stark), Hugh Jackman (Wolverine), Christopher Reeve (Superman) e Ryan Reynolds (Deadpool). Bom, agora temos que por justiça incluir nessa lista o nome do ator Zachary Levi como Shazam pois sua escolha é de longe o maior acerto do filme do mesmo nome. Primeiramente temos que lembrar que o nome Shazam é composto pelas inicias e dons de Salomão (sabedoria), de Hércules (força), de Atlas (vigor), de Zeus (poder), de Aquiles (coragem) e de Mercúrio (velocidade). Criado em 1940 por C. C. Beck e Bill Parker, o Capitão Marvel (hoje conhecido como Shazam) surgiu como uma alternativa da Fawcett Comics para combater o hype iniciado nos quadrinhos após a publicação de Superman. O personagem funcionou e tornou-se um sucesso de vendas e popularidade dai rapidamente foi levado a outras mídias, entretanto gerou uma ação por plágio por parte da DC Comics que entendeu que haviam similaridades gritantes com o seu personagem filho de Krypton com o famoso ‘S’ no peito. A história de ‘Shazam!’ respeita a origem clássica herói onde Billy Batson (Asher Angel) tem apenas 14 anos de idade, mas recebeu de um antigo mago o dom de se transformar num super-herói adulto chamado Shazam (Zachary Levi). O tom leve do filme exagerando nas piadas (já antecipado nos primeiros trailers de divulgação) e se contrapondo com o tom ‘dark’ dos filmes anteiros da DC Comics dirigidos por Zack Snyder parece mesmo que será o caminho a ser seguido da empresa depois dos muito bem sucedidos ‘Mulher Maravilha’ (Wonder Woman – 2017) e ‘Aquaman‘ (idem – 2019).
Crítica | Capitã Marvel
Prepare-se Thanos, ela chegou! Hollywood vinha há muito tempo tentando emplacar um grande blockbuster com uma heroína mas sem sucesso, vide ‘Supergirl’ (1984), ‘Mulher Gato’ (2004), ‘Elektra’ (2005), ‘Æon Flux’ (2005) e ‘Tomb Raider: A Origem’ (2018), todos grandes desastres (memoráveis) de crítica e bilheteria. Foi somente com ‘Mulher Maravilha’ (Wonder-Woman – 2017) da concorrente DC, que através de uma arrecadação mundial girando os U$ 821,8 milhões e belas reviews, abriu-se novamente outros horizontes para personagens realmente poderosas na telona. ‘Capitã Marvel’ é o primeiro longa da ”casa das ideias” protagonizado de forma solo por uma mulher e além de ter que explicar a origem da heroína e sua ausência ao longo dos 19 filmes do MCU (Marvel Cinematic Universe) ainda, em tese, teria que fazer bonito na bilheteria para ser comparado com o box office da sua rival da DC, Mulher Maravilha. O filme não é necessariamente ruim, mas em nada inova em relação ao que já foi visto nos longas anteriores e claro, se não pertencesse ao universo já muito bem estabelecido da Marvel, seria totalmente descartável pois é inegável que sabermos mais sobre personagens já veteranos desse universo é um grande apelo para o público.
Trazer diretores até então pouco conhecidos para projetos de grandes orçamentos vem sendo uma especialidade da Marvel a qual vem tendo muita sorte nessa arriscada postura pois profissionais como ”Jon” Favreau, irmãos Russo, Ryan Coogler e James Gunn criaram verdadeiras obras primas nesse segmento e foram responsáveis pela estabelecimento e conexão desse icônico universo. Contudo, parece que dessa vez a direção dos pouco conhecidos Anna Boden e Ryan Fleck (Parceiro de Jogo – 2015) não fez bonito pois temos cenas de lutas medíocres e descartáveis, efeitos CGI mal elaborados que nos tiram da trama (notadamente quando a personagem está no auge de seus poderes) e diálogos bobos e com clichês permeando toda a trama já que o casal também assina o previsível roteiro. A trama do longa, ambientada nos anos 80, baseia-se resumidamente e de forma a não entregar muito aqui, entre a guerra travada pelas raças Kree e Skrull, onde a primeira ”adota” e treina a protagonista que encontra-se totalmente sem memória a cerca de seu passado e origem, contudo, sem trazer a competência vista em roteiros com a mesma linha narrativa como o excelente ‘A Identidade Bourne’ (The Bourne Identity – 2002) e ‘Amnésia’ (Memento – 2000).
Crítica | Alita: Anjo de Combate
Baseado no mangá Gunnm (“Gun-Mu”, algo como ‘A Arma dos Sonhos’, 銃夢), de Yukito Kishiro, ‘Alita: Anjo de Combate’ se passa no ano de 2563 onde um cientista de robótica chamado Dr. Dyson Ido encontra os restos de uma ciborgue abandonado em uma sucata e decide lhe dar um corpo e trazê-la a vida. O roteiro é bem simples e linear e no primeiro ato descobrimos que aquela inocente ”jovem” possui uma antiga mas inigualável programação para o combate. A partir daí conhecemos, do ponto de vista da protagonista, a sociedade atual que basicamente dividi-se entre a Cidade de Ferro onde a trama se desenrola e tomamos conhecimento muito superficial de Zalem, uma cidade flutuante feita para poucos ”eleitos” onde todos os demais sonham em ascender. A robótica é algo normal onde raros humanos não possuem partes biônicas em seus corpos e fica aqui o registro que os robôs no longa respiram e se alimentam. Finalmente, a sociedade ainda baseia-se na adoração de uma violenta disputa esportista chamada Motorball onde os ricos e poderosos, controlando os bastidores do esporte, distraem os cidadãos da Cidade de Ferro. As sequencias dessa disputa, apesar de bem realizadas, em nada acrescentam a trama e apenas funcionam como uma desculpa para vermos as habilidades da personagem e isso apresenta-se como uma falha dispensável no roteiro. Os designers de produção Caylah Eddleblute e Steve Joyner criaram com primazia toda uma sociedade futurística decadente e híbrida entre humanos e robôs que de tão viva e real funciona como um personagem. Mas sem sombra de dúvida o ponto alto do filme é realmente a personagem título feita totalmente de CGI (computação gráfica) que se não fosse por seus olhos propositadamente aumentados (estilo mangá) esqueceríamos que ali estava uma personagem digital. A captura de movimentos ocorreu pela talentosa atriz americana de 34 anos, Rosa Salazar, a qual transpôs seus gestos e expressões para Alita resultando em uma interação entre atores reais e digitais que beira a perfeição, criando algo a ser imitado (ou pelo menos tentado) em futuras produções.
Crítica | Creed II
Quem diria que o filme ‘Rocky: Um Lutador’ (Rocky – 1976) ainda traria continuações e derivados (spin-offs) para uma audiência moderna no ano de 2018; bom isso aconteceu. Depois do excelente ‘Creed: Nascido para Lutar’ lançado aqui no Brasil no dia 6 de dezembro de 2015 era inevitável uma continuação que mostrasse mais da jornada do herói vivido pelo competente ator em ascensão Michael B. Jordan. O roteiro é simples e extremamente previsível, onde acompanhamos o agora campeão mundial Adonis Creed (Michael B. Jordan) que além dos desafios da paternidade (tema principal da narrativa) se vê obrigado a lidar com fantasmas do passado através do desafio imposto pelo filho de Ivan Drago (Dolph Lundgren), um pugilista forte e determinado a trazer de volta a fama e prestígio a família Drago. A talentosa e versátil atriz Tessa Thompson volta para a sequencia como companheira do protagonista e mostra mais uma vez que a excelente química do casal no primeiro longa agora está ainda mais evidente, tornando-se realmente o maior acerto da película. Sylvester Stallone, injustamente não agraciado com o Oscar por ‘Creed’, (perdeu o prêmio para o britânico Mark Rylance) retorna para o papel que o imortalizou, agora já recuperado do câncer, novamente fazendo o papel tanto de treinador como de pai para o jovem e talentoso pugilista. Creed II é um filme para a nova geração mas que traz elementos nostálgicos para os telespectadores na casa dos 40 anos e não tem como não nos emocionarmos com o reencontro no restaurante entre Rocky e Drago, já antecipado nos trailers de divulgação do longa. Conversando com um público mais jovem comprovei que muitos não assistiram a nenhuma filme da saga Rocky, incluindo a ‘Rocky IV’ (Rocky IV – 1986) o que para mim seria essencial para a compreensão dos dilemas dos personagens na trama e suas respectivas motivações.
Crítica | Aquaman
Depois dos sucessivos fiascos da DC Comics no cinema culminando com o fraquíssimo ‘Liga da Justiça’ (Justice League – 2017) o qual arrecadou míseros U$ 657 milhões mundialmente (sim, para os padrões dos super heróis é um valor bem baixo) o anunciado filme do Aquaman foi recebido de forma bem morna pois o público não sabia qual seria a exatamente o rumo que o projeto seguiria. Vale lembrar que o personagem criado por Paul Norris e Mort Weisinger que fez sua estreia nas revistas em quadrinhos More Fun Comics #73 no ano de 1941 nunca foi realmente levado muito a sério pelos leitores e essa ”pegada” bem humorada perdurou até sua inclusão nos desenhos animados posteriores pois ele falava com sardinhas em lata em supermercados sem o menor receio de ser ridicularizado. No cinema, o personagem fez sua estreia como integrante do grupo Liga da Justiça no filme do mesmo nome mas sem grande destaque pois seu ambiente aquático não teria como ser devidamente abordado naquela ocasião além de que seu espaço em tela teria que ser dividido entre os demais membros do famoso time. Mesmo com o fracasso de bilheteria do filme da equipe, a DC Comics ainda quis apostar no filme solo do Rei de Atlantis e contratou o competente diretor James Wan (Velozes e Furiosos 7) para roteirizar o dirigir essa que talvez fosse a última aposta contra o universo já bem estabelecido criado pela concorrente Marvel. Os trailers, sempre repletos de spoilers dispensáveis da trama, já encantaram o público pelo visual colorido e pelos efeitos especiais debaixo da água e quando o longa estreou em dez/2018 já tratou de quebrar vários recordes de público e até o fechamento da matéria a arrecadação mundial já estava bem próxima de alcançar o seleto grupo do U$ 1 bilhão.
Crítica | O Doutrinador
Primeiramente vamos deixar claro que o título do filme ‘O Doutrinador’ em tese indicaria que o protogonista ensinaria e/ou doutrinaria seus desafetos já que o adjetivo substantivo masculino em questão indica ‘que ou aquele que doutrina; doutrinante’. Contudo, o que vemos na telona são verdadeiras execuções e se as infelizes vitimas são doutrinadas, esses ensinamentos são recebidos diretamente através do criador. Depois desse esclarecimento inicial, o longa nos apresenta uma corajosa guinada no gênero do cinema brasileiro, saindo das produções de comédias bobinhas ou dramas regionalistas, e se aventurando em uma história de um anti-herói já há bastante tempo explorada com sucesso em Hollywood. Nesse sentido, toda a produção do longa ‘O Doutrinador’ merece bons aplausos pela iniciativa pioneira, porém no aspecto de nos entregar um resultado satisfatório acredito que ainda não foi dessa vez como veremos a seguir. Na trama do filme, ambientada em um Brasil propositadamente alternativo, acompanhamos o policial Miguel (Kiko Pissolato) um policial de um destacamento especializado em investigar desvios de verba na saúde (entre outros), resolvendo logo apos uma tragédia familiar) abracar uma jornada pessoal de vingança contra autoridades corruptas. Inspirado demasiadamente e assumidamente por filmes de personagens de diferentes franquias norte-americanas como John Wick, Rorschach (do excelente filme ‘Watchmen’) e Justiceiro (somente para citar alguns) o criador da HQ de base, Luciano Cunha, também nos entrega uma fiel escudeira ao anti-herói, na pele de uma hacker de alcunha Nina (Tainá Medina) para fechar de vez o manual dos super-heróis já amplamente manjado pelo público do referido gênero.
Crítica | Venom
Por mais que os filmes de super-heróis estejam na moda e trazendo milhares de dólares aos cofres dos estúdios, convenhamos que não é comum um vilão de um determinado herói ganhar um filme solo. Contudo, a Sony (detentora dos direitos do Spider-Man) parece querer expandir o universo do amigo da vizinhança e até chegou a divulgar oficialmente o nome desse projeto paralelo: “…Universo Marvel da Sony…” (Sony’s Universe of Marvel Characters ou SUMC). Ao que tudo indica, e ‘Venom’ não foi exceção, esse universo não seria atrelado à franquia do Spider-Man estrelada pelo ator Tom Holland e no futuro poderá trazer filmes do Vampiro Morbius, Gata Negra (Black Cat), Sabre de Prata, Kraven, entre outros. Existe um boato de que a conhecida parceria atual entre a Sony e a Marvel, em que a primeira vem cedendo os direitos de produção dos filmes do Spider-Man à “Casa das Ideias” (filmes solos e participações nos Vingadores), impediria a exploração de seu mais importante herói pela primeira durante a vigência desse acordo. Se essa teoria estiver correta, isso explicaria o fato da Sony se ver obrigada, durante esse período, a tentar lucrar com os vilões desse universo, que obviamente ficaram de fora desse acordo. O fato é que ‘Venom’ já é uma realidade e inquestionavelmente marcou a estreia do SUMC para o bem ou para o mal.
No longa, vemos um projeto espacial dar errado mas que consegue trazer à Terra (mesmo com um grande acidente) espécimes alienígenas vivos, devidamente capturados pela empresa que financiou a tal viagem. Posteriormente é revelado que esse simbiótico somente consegue sobreviver em nosso planeta devidamente unido a um hospedeiro compatível com o seu DNA. Essa boa ideia de criar uma condição especial para a união entre humanos e alienígenas (não presente nos quadrinhos) baseada na genética é a única coisa que funciona em ‘Venom’ já que de resto vemos um desastre colossal na telona. A trama e origem do anti-herói Venom foi totalmente remodelada objetivando criar uma narrativa em que não precisasse existir o Spider-Man (talvez pelas cláusulas do acordo como já foi mencionado), razão pela qual seu traje preto não contenha a famosa aranha branca estampada do peito. A direção de Ruben Fleischer faz o que pôde com um roteiro escrito a cinco mãos suavizando todas as cenas em que o vilão título devora a cabeça de seus desafetos (amplamente mostrado nos trailers) simplesmente cortando totalmente o momento final da investida. Vale lembrar que o inocente telespectador ao se deparar com esse material prévio de divulgação acreditava que na versão final do filme isso seria mostrado em sua plenitude e o corte na vinheta teria ocorrido apenas para deixá-lo na expectativa; ledo engano. O diretor Ruben Fleischer se mostra medíocre na direção das cenas de ação que em nenhum momento empolgam, “embaladas” por uma trilha sonora desconexa e descartável. Finalmente sobre a narrativa, temos um filme que não se assume uma comédia ou um produto para se levar a sério, pois o longa fica de forma primária oscilando entre essas duas vertentes, confundindo e tirando a audiência da imersão da história.
A atuação de Tom Hardy (Mad Max, Dark Night) rende alguns bons momentos, principalmente quando é mostrada a relação conflituosa entre o hospedeiro e seu simbiótico. Já a excelente Michelle Williams (O Rei do Show, Sete Dias com Marilyn) em ‘Venom’ está totalmente perdida e parece que não avisaram a ela que ligaram as câmeras; um grande desperdício. O CGI de ‘Venom’ não agrada pois além da textura do uniforme negro do personagem título se assemelhar a uma geleia molhada (e sem a icônica Aranha Branca) os vilões, pasmem, olham muitas vezes para direções erradas de onde deveria estar seu algoz. Triste comprovar que na cabine da imprensa de ‘Venom’ as reações de risos eram mais por chacota do que por diversão, pois os olhares mais apurados já perceberam que estavam diante de um das piores adaptações de quadrinhos já realizadas, podendo sem injustiça alguma, figurar ao lado do famigerado ‘Mulher Gato’ (Catwoman – 2004). Contudo, parece que nem todos os problemas estruturais de ‘Venom’ nem o fato de sua origem ter sido totalmente modificada contribuiriam para seu naufrágio nas bilheterias pois até o fechamento dessa matéria o longa já acumulava U$ 190 milhões (doméstico-EUA) e U$ 512 milhões (mundialmente) portanto não nos surpreendemos quando uma sequencia for anunciada.
Quero dizer que não sou contra mudanças leves, e as vezes até necessárias, na transposição de personagens dos quadrinhos para a telona como tivemos a inserção de um ator afro-descendente para o papel do Rei do Crime (Kingpin) no filme do ‘Demolidor – O Homem Sem Medo’ (Daredevil – 2003). Porém, quando essas mudanças são demasiadamente profundas, mudando totalmente a origem do personagem e aqui em ‘Venom’, motivadas não por decisão do diretor, mas sim por variáveis financeiras e/ou contratuais, não tem como funcionar de maneira satisfatória. É uma pena que um personagem tão amado e com tanto potencial tenha sido tão mal aproveitado em uma produção que deixa a impressão de ter sido feita às pressas, para quem sabe, pegar carona no sucesso da nova franquia do “cabeça de teia”. Só nos resta torcer para que os novos filmes desse universo da Sony/Marvel que certamente virão, tendo em vista o sucesso de bilheteria de ‘Venom’, sejam produzidos com mais zelo técnico e respeito ao seu material de origem.
Alexandre Carvalho – Editor
Regular
Ficha Técnica:
Título: VENOM (IDEM)
País/Ano/Duração: Estados Unidos , 2018 , 112 min.
Classificação: 14 anos
Gênero: Ação, Ficção Científica
Direção: Ruben Fleischer
Roteiro: Todd McFarlane, Kelly Marcel, David Michelinie, Jeff Pinkner, Scott Rosenberg
Distribuição: Sony Pictures
Estréia: 04/10/2018
Elenco: Tom Hardy, Michelle Williams, Jenny Slate, Riz Ahmed, Michelle Lee, Woody Harrelson, Peggy Lu
Crítica | Buscando…
Ocasionalmente (e para deleite dos amantes da sétima arte) nos deparamos com filmes de baixo orçamento, mas que trazem excelentes ideias bem implementadas a gêneros com poucas inovações; é o caso de ‘Buscando…’. Aqui toda a trama (ou melhor, 90% dela) se passa através de telas de computadores e dispositivos móveis e se apresenta inicialmente de forma bastante simples: um pai nerd tenta localizar a filha desaparecida buscando (ops…) pistas digitais de seu paradeiro. O diretor (estreante) e também roteirista Aneesh Chaganty, impõe uma narrativa onde o telespectador acompanha do ponto de vista de David Kim, (o pai vivido por John Cho) sua opção por encontrar sua filha usando a tecnologia ao invés do método usual e pouco eficaz de simplesmente sair pelas ruas sem destino. Imediatamente somos levados a questionamentos sobre o correto uso das redes sociais e suas consequências como também o quanto os pais conhecem verdadeiramente seus filhos atualmente. Além da trama com várias reviravoltas, outro ponto que merece destaque fica a cargo da interpretação do ator John Cho o qual já havia mostrado competência em ‘America’n Pie e no reboot de ‘Star Trek’ e aqui entrega um personagem angustiado e obcecado em desvendar o mistério envolvendo sua filha adolescente, aproximando o público de seu desespero e solidão. Ao exemplo do que ocorreu nos cinemas nacionais no filme ‘Sem Escalas’ (Non-Stop – 2014) com o ator Liam Neeson, aqui em ‘Buscando…’ houve novamente o zelo de se traduzir a maioria dos elementos das telas dos computadores para o telespectador não sair da narrativa tentando compreender o que está havendo no mundo digital e isso foi mais uma grata surpresa (de muitas) do longa e registramos nossa satisfação com a distribuidora Sony Pictures pelo belo trabalho.
Crítica | Bohemian Rhapsody
Bom, primeiramente vamos esclarecer que mesmo sendo um filme baseado na inesquecível banda Queen, se o ator Rami Malek (série Mr. Robot e Papillon) não convencesse como Freddie Mercury, nada mais funcionaria no longa ‘Bohemian Rhapsody’ e este seria um desastre colossal. Calma, isto não aconteceu e o ator dá conta sim do trabalho e caso ele venha a ser indicado ao Oscar, isso não me surpreenderia. Malek, auxiliado por figurinos históricos e recriados aqui com grande competência e precisão para os clips e apresentações, mostra desenvoltura no palco trazendo os trejeitos mais famosos de Freddie Mercury além de ter tido sua voz mesclada com a de um interprete atual, na tentativa de sucesso de se evitar uma simples dublagem de playback. Passado esse temor inicial, vale lembrar que anteriormente o ator de comédias Sacha Baron Cohen era o mais cotado para o papel principal mas divergências criativas (sempre elas) notadamente nos aspecto do ator desejar retratar momentos menos gloriosos do cantor, o tiraram do projeto. Vale lembrar que o diretor Bryan Singer (Os Suspeitos, X-Men e Superman Returns) foi demitido no meio das filmagens (e substituído por Dexter Fletcher) mas ainda teve seu nome creditado no filme, possivelmente pelas normas que o sindicato dos diretores impõe em situações atípicas como essa. É sabido que filmes feitos a “duas mãos” no quesito direção costumam falhar e recentemente tivemos o exemplo de Liga da Justiça (Justice League – 2017) mas em ‘Bohemian Rhapsody’, talvez pela maior parte do filme já ter sido gravada, não fica tão evidente esse contratempo ocorrido nos bastidores no resultado final entregue na telona.