O longa ‘Doutor Estranho no Multiverso da Loucura’ com o próprio nome diz, é a mais recente tentativa – bem sucedida – da Marvel de construir e explicar o seu conceito de Multiverso. Justamente por isso, o telespectador que não viu o longa ‘Homem-Aranha- Sem Volta pra Casa‘ (Spider-Man: No Way Home – 2021) e as recentes séries de TV do Disney+, WandaVision (2021) e Loki (2021) – entre outros – ficará totalmente perdido e sem entender as motivações dos personagens, notadamente as da vilã. Sim, agora a mola propulsora do bom roteiro é o instinto de mãe de Wanda Maximoff ou melhor, Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen), que ainda inconformada com a ‘perda dos filhos’ ocorrida em sua série de TV, busca em outros universos uma versão de si mesmo em um contexto de felicidade familiar. Ao melhor estilo ‘os fins justificam os meios’, a Feiticeira Escarlate terá que enfrentar agora o Doutor Estranho (Benedict Cumberbatch) e Wong (Benedict Wong) que tentarão proteger a nova personagem America Chavez (Xochitl Gomez) já que esta é parte fundamental dos planos da poderosíssima antagonista. O todo poderoso da Marvel, Kevin Feige, tentando sempre inovar em suas produções, chamou para a direção o veterano Sam Raimi, famoso por dirigir a trilogia original do Homem-Aranha com Tobey Maguire, entretanto, poucos sabem de sua verdadeira raiz no terror pois sua carreira começou com a direção da trilogia ‘Uma Noite Alucinante’ (1981-1993), ‘Darkman: Vingança Sem Rosto’ (Darkman – 1990) e ‘Arrasta-me para o Inferno’ (Drag Me to Hell – 2009). A excelente direção de Raimi nesse tipo de filme de fato trouxe um estilo novo ao longa, com câmeras rápidas, muitos sustos e uma atmosfera que em muitos momentos a audiência vai mesmo pensar que está vendo um filme clássico de terror.
Depois de Doutor Estranho original e de várias participações em filmes da Marvel, Benedict Cumberbatch está super confortável com seu papel, e mesmo não precisando disso, pois possui uma bela carreira, o ator veio a ficar conhecido – e lembrado – mundialmente com o personagem do Mago mais famoso dos quadrinhos o qual o acompanhará possivelmente por toda a sua vida. Tivemos o retorno do interesse romântico do Feiticeiro encarnado pela boa atriz Rachel McAdams, encarnando versões diferentes da Dra. Christine Palmer, mas a novidade no elenco ficou mesmo com a introdução da heroína que abre portais entre os Multiversos, America Chavez, vivida pela atriz canadense, Xochitl Gomez, que havia participado da série ‘Baby-Sitters Club‘, da Netflix. Entretanto, o destaque mesmo em ‘Doutor Estranho no Multiverso da Loucura’ fica a cargo da agora vilã Feiticeira Escarlate (Elizabeth Olsen) que mais poderosa e determinada, vem cativando os fãs de maneira surpreendente desde a sua introdução em ‘Vingadores: Era de Ultron’ (Avengers: Age of Ultron – 2015). A competente atriz Elizabeth Olsen consegue trazer toda a carga emocional de suas motivações na qualidade de mãe, assim como entrega excelentes cenas de ação ao passo que também imprimi medo com o seu olhar característico que sabemos que algo – não muito bom – acontecerá em seguida. A trilha sonora é outro ponto alto do filme onde o diretor Sam Raimi – sem surpresas – chamou novamente seu antigo parceiro e colaborador, o cantor e compositor Danny Elfman (vocalista da extinta banda Oingo Boingo da música ‘Stay’) , o qual mostrou ainda uma excelente forma ao nos brindar com uma trilha que casa com maestria com tudo o que estamos vendo na telona.