Embalado pelo grande sucesso de Coringa, o diretor Todd Phillips teve carta branca dos estúdios para fazer o que bem entendesse nessa dispensável e desnecessária sequência. Sim, ‘Coringa: Delírio a Dois’ é um musical que em nada acrescenta na história de Arthur Fleck (Joaquin Phoenix que ganhou o Oscar de melhor ator em 2020) e muito menos ao vilão icônico do universo do Batman. Se configurando como um musical, o grande – e possivelmente único – acerto do longa foi a inclusão da atriz/cantora Lady Gaga que incontestavelmente mostra imenso talento nessas duas vertentes, algo raríssimo na indústria. A divulgação do material de marketing prévio tentou ocultar propositadamente a natureza musical da produção e se de fato o telespectador não seja amante do gênero, irá ter um motivo a mais para refutar todo o longa já que os diálogos são intercalados enfadonhamente com números musicais sem graça e que tiram o foco da narrativa. Temos uma triste confirmação que o diretor Todd Phillips não é um expert em continuações tendo em vista que todas as sequências da comédia ‘Se Beber, Não Case!’ (The Hangover – 2009) não chegam nem perto do charme e da diversão do filme original.