Primeiramente vamos deixar claro que o título do filme ‘O Doutrinador’ em tese indicaria que o protogonista ensinaria e/ou doutrinaria seus desafetos já que o adjetivo substantivo masculino em questão indica ‘que ou aquele que doutrina; doutrinante’. Contudo, o que vemos na telona são verdadeiras execuções e se as infelizes vitimas são doutrinadas, esses ensinamentos são recebidos diretamente através do criador. Depois desse esclarecimento inicial, o longa nos apresenta uma corajosa guinada no gênero do cinema brasileiro, saindo das produções de comédias bobinhas ou dramas regionalistas, e se aventurando em uma história de um anti-herói já há bastante tempo explorada com sucesso em Hollywood. Nesse sentido, toda a produção do longa ‘O Doutrinador’ merece bons aplausos pela iniciativa pioneira, porém no aspecto de nos entregar um resultado satisfatório acredito que ainda não foi dessa vez como veremos a seguir. Na trama do filme, ambientada em um Brasil propositadamente alternativo, acompanhamos o policial Miguel (Kiko Pissolato) um policial de um destacamento especializado em investigar desvios de verba na saúde (entre outros), resolvendo logo apos uma tragédia familiar) abracar uma jornada pessoal de vingança contra autoridades corruptas. Inspirado demasiadamente e assumidamente por filmes de personagens de diferentes franquias norte-americanas como John Wick, Rorschach (do excelente filme ‘Watchmen’) e Justiceiro (somente para citar alguns) o criador da HQ de base, Luciano Cunha, também nos entrega uma fiel escudeira ao anti-herói, na pele de uma hacker de alcunha Nina (Tainá Medina) para fechar de vez o manual dos super-heróis já amplamente manjado pelo público do referido gênero.