Até o início da última década, a produção cinematográfica em Hollywood parecia ter se dividido em duas áreas principais: os blockbusters, que garantiam o maior tempo em cartaz nas salas de cinema, e os filmes considerados mais conceituais, que saíam dos festivais para permanecer poucas semanas em cartaz. Nesse último caso, toda a campanha de divulgação dos filmes se destinava às premiações. Os dois estilos de cinema permitiam atingir um público amplo porque, apesar de serem voltados para pessoas com gostos diferentes, podiam ser vistos tanto nas telas do cinema quanto em casa, quando o filme já estava disponível para aluguel. O cenário começou a mudar quando a antiga empresa de locação de filme pelos correios, a Netflix, fundada nos Estados Unidos em 1997, decidiu mudar para o modelo de filmes digitais. A partir daí, ela expandiu seu negócio globalmente, ampliar seu catálogo de filmes e passou a produzir longa-metragens e séries próprias, como House of Cards, Black Mirror e a brasileira Coisa Mais Linda. Hoje a empresa é uma das maiores produtoras de séries televisivas e filmes do mundo, e suas produções podem ser assistidas no computador, nas smart TVs, em videogames, em celulares e em tablets.
Mundialmente, hoje a Netflix tem mais de 158 milhões de assinantes, que assistem a conteúdos originais a hora que quiserem. Mas esse nicho consumidor não se restringe apenas à empresa. Serviços de streaming como HBO Go, Amazon Prime Video e GloboPlay também cresceram significativamente no Brasil, principalmente pela qualidade de suas produções originais: Game of Thrones, American Gods e Ilha de Ferro são, respectivamente, séries populares exclusivas desses canais de transmissão que atraem assinantes aos serviços.