Crítica | Bad Boys Para Sempre

E se passaram 25 anos desde ‘Os Bad Boys’ (Bad Boys – 1995) quando em 1995, a dupla de comediantes Martin Lawrence Will Smith (um de palco e outro de TV) arriscaram suas carreiras em um filme que mesclava humor e ação com a direção do diretor Michael Bay. Naquela ocasião, o filme focava bem mais em Lawrence tanto que nos créditos iniciais o nome de Will Smith aparecia em segundo. O filme foi muito bem recebido pelo público e pela crítica e uma sequencia era inevitável e foi quando em 2003 foi lançado ‘Bad Boys II’ (idem – 1995) novamente dirigido por Bay. Contudo, apesar da ação desenfreada e um orçamento bem mais robusto a sequencia não obteve o sucesso esperado e a franquia foi ‘aposentada’ por muitos anos e os atores seguiram suas carreiras de forma independente. É fato que Smith durante esse hiato constitui uma carreira bem mais sólida, emplacando vários sucesso que alternava drama e ação onde o talentoso ator navegava confortavelmente bem em entre os gêneros chegando a receber duas indicações ao Oscar – melhor ator pelo filme ‘Ali’ ‘À Procura da Felicidade’ -. Enquanto isso Martin Lawrence não teve a mesma trajetória e ainda se saindo bem em ‘Vovó…Zona’ (Big Momma’s House – 2000) o ator teve um histórico de problemas de saúde, comportamentos públicos violentos e casamentos desfeitos com grandes repercussões negativas. Caminhos diferentes à parte, o fato é que um rumor de um terceiro Bad Boys permaneceu na internet por anos quando finalmente no início de 2020, 17 anos depois daquela sequencia, ‘Bad Boys Para Sempre’ (Bad Boys For Life – 2020) chegou aos cinemas para a alegria dos amantes dos filmes de ação. Agora na direção saiu Bay (continuou como produtor) e entrou a dupla talentosa de diretores belga Adil El Arbi e Bilall Fallah mas pouco conhecida do grande público.

‘Bad Boys Para Sempre’ começa com uma grande perseguição de carros que termina de uma forma inesperada até porque o filme aposta mesmo em três Plot twists (reviravolta no enredo) para movimentar a trama. O enredo não é complexo e mostra a dupla de policiais de Miami tendo que lidar com o peso da idade que limita suas ações e o dever de perseguir criminosos. Mike Lowrey, personagem de Smith, continua o mesmo solteirão convicto de sempre enquanto Marcus Burnett, interpretado por Lawrence se mantém firme no papel de paizão e se mostra o maior alivio cômico da narrativa. Os vilões agora são mexicanos (vide Rambo V – Até o Fim) e no terceiro ator os protagonistas, semelhantemente ao que ocorre no longa anterior, vão buscar os desafetos em seu país de origem, burlando leis e passando por cima de tudo e todos. Além da receita sempre vencedora de ação com humor (quando bem realizada) o ponto alto do filme é mesmo a química entre a dupla principal pois Will Smith e Martin Lawrence continuam muito a vontade em seus papeis nem parecendo que se passaram mesmo 17 anos desde o último longa. Os atores na vida real se dão muito bem e mantiveram contato durante esses anos que antecederam a estreia do filme, portanto não é de surpreender que ainda funcione muito bem a interação de ambos. O roteiro, trouxe agora um reforço para apimentar o terceiro capítulo e agora vemos a introdução de um grupo de elite da polícia onde aparecem Vanessa Hudgens (High School Musical), Alexander Ludwig (Jogos Vorazes e Vikings – TV) e Charles Melton (Riverdale – TV), todos mandando muito bem e com tempo razoável de tela. Entretanto, a grande surpresa do elenco que faz bonito como um jovem vilão é o ator Jacob Scipio que interpreta Armando, filho de uma criminosa mexicana que teve um passado conturbado com Mike Lowrey (Will Smith).

As cenas de ação estão lá, mas sem os exageros do segundo longa e a perseguição de Porsche dentro de um shopping divulgada nos trailers, foi cirurgicamente retirada da versão final. Os filmes anteriores são homenageados na medida certa e existe logo no início do filme um retorno impensável de personagem que rende uma boa gargalhada (garanto). Mas não pense que somente de ação e piadas vive ‘Bad Boys Para Sempre’ pois o drama e as perdas estão lá e são justamente a motivação de todas as decisões dos personagens em tela. As velhas táticas policiais adotadas pela dupla de personagens entra em conflito com a tecnologia e juventude das novas adições no elenco e esse contraponto é outro acerto do filme apesar de não ser algo lá muito inédito na telona. Essa crítica está saindo um dia antes da estreia no Brasil, dia 29 de janeiro de 2020 (aniversário desse Editor)  mas garanto antecipadamente que o longa fará bonito tanto nos EUA como no resto do mundo, assegurando recursos para novos capítulos. Sim, ‘Bad Boys Para Sempre’ revigora a franquia e claro, com o descarado gancho para uma quarta parte, certamente veremos mais da dupla de policias de Miami, agora sem termos que esperar mais 17 anos.

Alexandre Carvalho – Editor

Bom

Ficha Técnica:
Título: BAD BOYS PARA SEMPRE (BAD BOYS FOR LIFE)
País/Ano/Duração: EUA, 2020, 123 min.
Classificação: 16 anos
Gênero: Ação, Comédia
Direção: Adil El Arbi, Bilall Fallah
Roteiro: Joe Carnahan, Chris Bremner, Anthony Tambakis
Produção: Jerry Bruckheimer, Doug Belgrad, James Lassiter, Chad Oman, Mike Stenson, Barry H. Waldman
Estúdio: Jerry Bruckheimer Films, 2.0 Entertainment, Columbia Pictures, Platinum Dunes
Distribuição no Brasil: Sony Pictures
Estréia: 30/01/2020
Elenco: Will Smith, Martin Lawrence, Vanessa Hudgens, Alexander Ludwig, Joe Pantoliano, Happy Anderson, Charles Melton, Paola Nuñez, Sharon Pfeiffer, Jennifer Badger